O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), assinou, nesta sexta-feira (22), a ordem para o início das obras da segunda etapa da orla de Piedade. Um detalhe é que, pelo cronograma anterior, esse trecho já deveria estar praticamente pronto - a previsão era que fosse entregue no 4º trimestre de 2023.
O prazo havia sido dado pela própria gestão municipal ao JC em agosto de 2022, quando a Prefeitura disse que aguardava aprovação do processo licitatório para começar a requalificação.
"A previsão é que a obra do trecho 1 seja iniciada nesse prazo e entregue no último trimestre de 2023. Os demais seguem na sequência, mas todos já estão sendo licitados ao mesmo tempo", disse Jaboatão, à época.
Por nota, a gestão justificou que o atraso aconteceu porque a liberação dos recursos do governo federal só ocorreu recentemente.
A primeira fase, que compreende um trecho de 2 quilômetros entre o Sesc Piedade e a Igrejinha de Piedade, foi finalizada em março do ano passado, também com atraso, já que deveria ter ficado pronta no final de 2021. Nela, foram gastos cerca de R$ 6 milhões.
Nesta segunda etapa, será requalificada a orla entre a Igrejinha de Piedade e a divisa com o Recife, na altura do Hospital da Aeronáutica. O ponto positivo é que já se inicia, em paralelo, também as obras de Barra de Jangada até o Paiva, na divisa com o Cabo de Santo Agostinho.
Ao todo, serão quatro quilômetros de obras, com previsão de conclusão em 15 meses e investimento de R$ 14,9 milhões. Todo o serviço foi financiado pelo governo federal, por meio de emendas parlamentares.
“A conclusão da requalificação da orla vai beneficiar o turismo, o lazer, o esporte, a economia, enfim, toda uma rede de atores sociais. Vamos poder movimentar mais a beira-mar, promovendo eventos esportivos e culturais, como os que serão lançados em breve pelo Sesc, que está montando uma arena de beach tênis, vôlei e futevôlei, em frente ao seu prédio, em Piedade”, comemorou o prefeito Mano Medeiros.
DETALHES SOBRE A ORLA
Será dada continuidade ao projeto, manendo o foco no pedestre e ciclista. Para isso, haverá ampliação do calçadão em alguns trechos e construção em outros, a ciclovia terá 8,7 km de extensão (conectando-se com as dos dois municípios vizinhos), pista de cooper, espaços de convivência e contemplação, tudo com a devida sinalização e acessibilidade. Novas árvores serão plantadas, para dar sombreamento e melhorar o microclima.
O calçadão foi desenhado de forma a garantir a harmonia da paisagem na transição entre os municípios, mas assumindo identidade própria, mesclando piso intertravado e pedras portuguesas, além de garantir o piso tátil, sinalizando obstáculos para pessoas com deficiência visual.
Os bancos também seguem essa proposta de harmonização e serão em concreto. A iluminação passará a ser toda em LED, dando mais segurança e economia. Posteriormente à conclusão da obra, serão implantados equipamentos de esportes e lazer.
“Toda a drenagem da orla estará requalificada ao final da obra, garantindo o fluxo adequado às aguas pluviais e resolvendo um problema crônico de alagamentos, existente há décadas. Os ganhos diretos e indiretos serão contínuos”, salienta o prefeito.
“Já estivemos com o presidente da Compesa, Alex Campos, e ele se comprometeu a construir as ligações necessárias para que possamos implantar banheiros na orla, um pleito antigo dos frequentadores. Sem as redes de água e esgoto, hoje utilizamos banheiros químicos. Essa realidade também vai mudar”, promete.
PLANO DE GESTÃO
Também haverá para a orla um Plano de Gestão Integrada (PGI), que será lançado em audiência pública em outubro, quando também será formalizado o comitê gestor do PGI, um grupo paritário, com sete integrantes da sociedade civil e sete da gestão pública, nas esferas municipal, estadual e federal.
A audiência é a última fase do processo, que antes passou por levantamento em campo do território, oficinas participativas, elaboração do plano e validação do documento e do comitê gestor pela Secretaria de Patrimônio da União (SPU).
A Prefeitura explicou que era a SPU quem geria a orla até 2017, quando ocorreu a municipalização. O PGI norteia questões como zoneamento, desenvolvimento econômico, impactos ambientais e até estabelece pontos de táxi, áreas viáveis para esporte, shows, áreas de preservação, enfim, tudo o que pode impactar a orla.