Um edifício em obras localizado na Avenida Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana, tem despejado água de lençol freático irregularmente na rede de drenagem. Foi o que provocou, segundo a Prefeitura do Recife, o aparecimento de uma grande poça escura durante as chuvas desta terça-feira (19) na praia que é cartão-postal da cidade.
O problema foi constatado na altura do posto salva-vidas de número 7, na altura da Rua Bruno Veloso, e denunciado ao SJCC, que buscou uma explicação do município. Poucas horas depois, durante a tarde, a reportagem encontrou uma retroescavadeira cobrindo a água com areia da praia.
O serviço foi realizado pela Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb), que prometeu estar trabalhando “na interrupção do fluxo indevido e também no aterro da área atingida”.
Ainda, disse não ter sido consultada acerca da atividade e que equipes técnicas da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade e da Brigada Ambiental farão vistoria no local, nesta quarta-feira (20), para averiguar a situação e adotar as devidas providências quanto às penalidades legais.
COMERCIANTES PREJUDICADOS
Mas quem convive na praia pede que a resolução vá além de cobrir com areia. Comerciante no local há 25 anos, Rodrigo Roberto da Silva, de 42 anos, reclama que o problema não é recente. “Hoje piorou a situação. Só que em outros dias, quando não estava chovendo, a água estava descendo muito. Deveriam descobrir o que está acontecendo”, afirmou.
Ele relata que ele e outros colegas que trabalham perto ao ponto têm perdido clientes devido ao odor da água. “Fede, prejudica a mim, quem trabalha do lado e quem está caminhando em cima no calçadão. Quem tem barraca próxima àquela área perde cliente”, complementou Rodrigo.
Na última semana, a TV Jornal já havia mostrado prejuízos que a água suja provoca na vida de quem mora ou trabalha no local, quando a poça ainda era pequena.
“Às vezes o cliente está afim de ficar na barraca, porque tem conforto, um peixinho, mas não fica por causa do esgoto, atrapalha muito. Teve tempo que essa água passou para o mar, então o povo ficou com medo de passar doença para as crianças”, contou, na ocasião, o também comerciante Tauan Victor.