Atualizada Às 15h40
A Medida Provisória (MP) 927, divulgada no domingo (22) pelo governo Jair Bolsonaro, que fixava regras para a relação entre empresas e trabalhadores durante a pandemia do novo coronavírus, teve repercussão negativa nas redes sociais. Por volta das 14h desta segunda-feira (23), a hashtag 'Essa MP' e a hashtag 'SemSalário' ocupavam lugar nos assuntos mais comentados no Brasil. Muitos parlamentares criticaram a Medida Provisória. Nesta segunda (23), o presidente, após muitas críticas, revogou a MP.
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O artigo revogado pelo presidente permitia que o contrato de trabalho seja suspenso por até quatro meses, sugere que o trabalhador não receba salário durante o período. A empresa, durante processo, deverá oferecer curso online ao empregado. Além disso, deve manter benefícios como o plano de saúde.
Para a deputada federal Marília Arraes (PT), a Medida Provisória 927/20, publicada ontem à noite pelo Governo Bolsonaro, exigia um sacrifício desumano dos trabalhadores pela crise econômica gerada com o avanço do coronavírus. “O governo quer abandonar os trabalhadores à própria sorte”, afirmou.
Já para o deputado João Campos (PSB), que chegou a apresentar uma emenda à MP para evitar a retirada do salário, "flexibilizar as leis trabalhistas é uma ação que pune o povo e, como tal, merece ser rechaçada urgentemente".
Daniel Coelho defendeu o corte de salário dos parlamentares antes de cortes no salário da população.
O senador petista Humberto Costa considerou a medida "nefasta" e comemorou a revogação, mas segundo ele, ainda era necessário ficar atento a novas medidas.