Alepe reconhece estado de calamidade em 64 municípios de Pernambuco

Com o reconhecimento do estado de calamidade pública, esses 64 municípios pernambucanos agora ficam desobrigados de cumprir determinações da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
Luisa Farias
Publicado em 31/03/2020 às 17:15
"A Assembleia Legislativa de Pernambuco está atenta às crises" Foto: Rinaldo Marques/Alepe


A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) aprovou por unanimidade nesta terça-feira (31), em sessão remota, projetos que reconhecem estado de calamidade pública em 64 municípios pernambucanos. Com esse reconhecimento, tais municípios deixam de ter algumas amarras para poder tomar medidas mais ágeis e com menos burocracia no combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19). 

Apenas o estado de Pernambuco e o Recife já tiveram o reconhecimento de estado de calamidade, a partir da aprovação dos projetos na sessão do dia 24 de março. Por serem projetos de decreto legislativos, eles são promulgados pelo presidente da Alepe, Eriberto Medeiros (PP). 

>> Veja os parlamentares que destinaram verba para o combate ao coronavírus em Pernambuco

>> Estado de calamidade pública nos municípios pode abrir exceções no calendário eleitoral

Outros 19 municípios já entraram com pedidos para que a Alepe reconheça estado de calamidade. Eles devem ser votados na próxima terça-feira (7), quando vai ocorrer a próxima sessão, por videoconferência. 

São eles: Afrânio, Águas Belas, Bom Conselho, Bom Jardim, Brejo da Madre de Deus, Canhotinho, Casinhas, Cedro, Chã de Alegria, Ferreiros, Gravatá, Itaíba, João Alfredo, Pedra, Rio Formoso, São João, Solidão, Tamandaré e Vitória de Santo Antão. 

Apesar de ter sido a terceira sessão remota, esta foi a primeira vez que o Sistema de Deliberação Remota (SDR), aprovado na mesma data em que foi reconhecido o estado de calamidade no Recife e em Pernambuco, em 24 de março.

Na ocasião, também foi aprovado o projeto que dispõe sobre os procedimentos para contratações destinadas ao fornecimento de bens, à prestação de serviços, à locação de bens e à execução de obras necessárias ao enfrentamento do coronavírus e o que criou o Fundo Estadual de Enfrentamento do Coronavírus - FEEC e o que o Sistema de Deliberação Remota (SDR) na Alepe.

“Os parlamentares e servidores públicos estão a disposição, a postos, assim como estão também os servidores da saúde no combate a esta pandemia que assola nosso Estado, o país e o mundo, buscando soluções para minimizar o impacto do coronavírus na vida do povo pernambucano”, afirmou Eriberto Medeiros, no início da sessão desta terça (31). 

O que é estado de calamidade pública

A ideia do estado de calamidade pública é dar mais celeridade e diminuir a burocracia das ações administrativas nos municípios, neste caso para o combate ao novo coronavírus, como compra de insumos e equipamentos e contratação de profissionais.

>> Entenda o que Pernambuco e Recife podem fazer após Alepe aprovar estado de calamidade pública devido ao coronavírus

>> Em meio ao coronavírus, saiba qual é a diferença entre emergência em saúde e estado de calamidade

O estado de calamidade pública desobriga os municípios de cumprir uma série de restrições e prazos estabelecidos pela LRF. Com isso, eles poderão criar cargos, nomear servidores, reajustar a remuneração, entre outras medidas, mesmo que extrapolem o limite de comprometimento da Receita Corrente Líquida com despesa de pessoal, que no caso do Poder Executivo Municipal é de 54%.

O município permanece apto a receber transferências voluntárias, obter garantias de outro ente federativo e contratar operações de crédito. Em situações normais, a Lei LRF veda tais ações no caso de descumprimento do limite.

Com o decreto, o Poder Executivo Estadual também pode não atingir os resultados fiscais previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2020, que fixa as receitas e despesas para este ano. Isso quer dizer que, mesmo que a receita fique abaixo do previsto, o estado poderá gastar mais do que arrecada.

Trâmite

Os projetos aprovados (projetos de decreto legislativo) são de autoria da Mesa Diretora da Alepe. Ela atende a pedidos dos prefeitos, que decretam estado de calamidade no Diário Oficial do municípios para então pedir o reconhecimento para a Casa. Mas desde o momento em que são editados pelo prefeito, já valem no âmbito municipal para possibilitar determinação de quarentena e medidas sanitárias, por exemplo.

De acordo com a LRF, cabe às assembleias legislativas reconhecerem essa condição tanto no estado como nos municípios. Essas matérias, que são Projetos de Decreto Legislativo (PDLs), dispõem apenas sobre questões fiscais do município em estado de calamidade.

Veja a lista dos municípios que tiveram o reconhecimento do estado de calamidade aprovados:

Afogados da Ingazeira

Água preta

Aliança

Amaraji

Barra de Guabiraba

Belém de Maria

Betânia

Bezerros

Bodocó

Cabo de Santo Agostinho

Cabrobó

Camaragibe

Camocim de São Felix

Carnaubeira da Penha

Cedro

Condado

Cortês

Cumaru

Cupira

Custódia

Dormentes

Flores

Gameleira

Ibimirim

Ingazeira

Ipojuca

Itambé

Itapissuma

Joaquim Nabuco

Jurema

Lagoa de Itaenga

Lagoa dos Gatos

Limoeiro

Macaparana

Machados

Moreno

Olinda

Panelas

Paudalho

Paulista

Pesqueira

Petrolina

Poção

Ribeirão

Rio Formoso

Sairé

Santa Cruz

Santa Cruz da Baixa Verde

Santa Cruz do Capibaribe

São Benedito do Sul

São Bento do Una

São Lourenço da Mata

São Vicente Férrer

Serra Talhada

Surubim

Tacaimbó

Taquaritinga do Norte

Terezinha

Tracunhaém

Triunfo

Verdejante

Vertente do Lério

Vertentes

Vicência

TAGS
alepe deputados estaduais coronavírus
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory