O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), concedeu uma entrevista nesta quinta-feira (02) ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan. Na oportunidade, dentre tantas perguntas, ele foi questionado pelo jornalista Vitor Brown se pensaria em trocar o atual ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por outro que pense assim como ele. O presidente disse que não pensa em demiti-lo, mas que o ministro precisa ter mais humildade.
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"Mandetta quer fazer muito a vontade dele (no combate ao coronavírus). Pode ser que ele esteja certo. Pode ser, mas está faltando um pouco mais de humildade para ele. Neste momento difícil que o Brasil se encontra, precisamos dele para vencer essa batalha”, disse Bolsonaro.
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Outro ponto que o presidente criticou o ministro foi sobre o isolamento. Mandetta defende a quarentena horizontal (quando pede para que toda a população fique em casa) para o combate ao novo coronavírus, coisa que Bolsonaro é claramente contra. O presidente afirmou que "não pretende demiti-lo (Mandetta) no meio da guerra (combate ao coronavírus), não deixando claro a sua posição sobre a permanência de Mandetta na Saúde.
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"Eu não pretendo demiti-lo no meio da guerra, agora, em algum momento, ele (Mandetta) extrapolou. Ele sabe que tem uma hierarquia entre nós. Eu sempre respeitei todos os ministros. O Mandetta também, porque ele montou um ministério de acordo com a sua vontade. A gente espera que ele dê conta do recado agora. No meio do combate não tem problema. Não é uma ameaça para o Mandetta não. Se ele se sair bem, sem problema, agora, nenhum ministro meu é indemissível, nenhum, explicou.
Ao falar sobre os posicionamentos de Mandetta, Bolsonaro mandou um conselho para o ministro: "Eu acho que o Mandetta, em alguns momentos, teria que ouvir um pouco mais o presidente da República". O presidente ainda fez uma comparação com as intervenções que faz no ministério coordenado por Paulo Guedes, da Economia. Para que não hajam "atritos", o líder brasileiro afirmou que "entra no meio" para comandar as ordens e exclamou: "As duas áreas são importantes!". "Se o Paulo Guedes achar que só a Economia é importante e o Mandetta achar que só a Saúde é importante, eu vou ter problemas com os dois. Não tem nenhum problema com o Paulo Guedes", ressaltou.
O presidente voltou a chamar de "histeria" os primeiros cuidados do Ministério da Saúde quando começou a epidemia da covid-19 no Brasil, há 40 dias, e disse que, como o tempo passou, "já é hora de colocar os pés no chão", porque "se destruir o vírus e destruir também os empregos, nós vamos destruir o Brasil". Ao fim da sua fala, o presidente desejou boa sorte ao ministro Mandetta. "Boa sorte ao Mandetta. Espero que o Mandetta prossiga na sua missão. Um pouco mais de humildade e a gente vence esse mar revolto aqui, e todos juntos, se Deus quiser, vamos, lá na frente, olhar para trás e dizer: fizemos um bom combate, fizemos o melhor para o Brasil", concluiu.
Ainda na entrevista, o presidente insistiu em defender a volta dos empregos até a próxima semana, o que contraria as orientações do Ministério da Saúde, que trabalha para combater a proliferação do novo coronavírus. Caso isso não aconteça, o presidente deixou um recado: Eu vou ter que tomar alguma decisão. Para Bolsonaro, a pausa nas atividades trabalhistas causam um efeito dominó na economia brasileira e gera um rombo no setor do abastecimento. "Eu acho que, até na semana que vem, os informais, o pessoa que está empregado e vai receber por volta do dia cinco, o servidor público tem que entender. Se não houver arrecadação, não vai receber também", afirmou.
Em resposta ao presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde disse que "está trabalhando" e que não viu a entrevista do líder brasileiro.
"Não achei nada, não. Não estou sabendo de nada não. Estou trabalhando aqui", informou.
Quando foi questionado se não queria saber do que foi dito, Mandetta respondeu: "OK, vamos trabalhar. Lavoro, lavoro, lavoro (que significa "trabalho" em italiano)".
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.