Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na última segunda-feira (09), que o Ministério da Saúde volte a divulgar os dados acumulados da pandemia do novo coronavírus no Brasil. A decisão aconteceu após Moraes analisar uma ação apresentada pelos partidos PSOL, PCdoB e Rede Sustentabilidade, que pede também a atualização diária do governo até às 19h30, como era antes. O ministro determinou que a Advocacia Geral da União (AGU), no prazo de 48 horas, preste as informações que entender necessárias.
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Tais determinações acontecem após uma semana de instabilidade, mudanças e divergências no balanço da Covid-19 divulgado pelo Ministério da Saúde, que agora apresenta apenas os casos e óbitos confirmados nas últimas 24h, omitindo o registro total.
Para Moraes, o balanço deve voltar a ser divulgado de forma integral, como era feito até a quinta-feira (4). "[Decido] determinar ao ministro da Saúde que mantenha, em sua integralidade, a divulgação diária dos dados epidemiológicos relativos à pandemia (covid-19), inclusive no sítio do Ministério da Saúde e com os números acumulados de ocorrências, exatamente conforme realizado até o último dia 4 de junho", escreveu Moraes, na decisão liminar.
O ministro acredita que, por conta da gravidade da pandemia, as autoridades precisam tomar medidas de apoio e manutenção das atividades do Sistema Único de Saúde (SUS). O "grave risco de interrupção abrupta da coleta e divulgação" não é bom para o sistema de saúde do país, segundo ele.
O balanço com o número de novos casos e óbitos da Covid-19 no Brasil foi atualizado às 18h30 da última segunda-feira (8) pelo Ministério da Saúde. Na semana passada, durante quatro dias, os dados foram divulgados após as 21h, mas após críticas (dentro e fora do País), a pasta voltou ao horário antigo. De acordo com os dados, o País registrou, nas últimas 24 horas, mais 679 óbitos e 15.654 casos confirmados do novo coronavírus. Com os novos casos e óbitos confirmados, o País chegou a 707.412 infectados e 37.134 vítimas fatais.
Também foram confirmadas mais 6.088 recuperações da doença nas últimas 24 horas. O total de pessoas recuperadas não foi divulgado pelo Ministério da Saúde, que está sob o comando do ministro interino Eduardo Pazuello.
Em coletiva realizada na segunda-feira (09), o Ministério da Saúde prometeu que voltaria a divulgar a atualização de casos às 18h com o total de casos e óbitos acumulados. O governo justificou os problemas recentes dizendo que foram "questões técnicas e aprimoramentos" do portal oficial. "Nós pactuamos com estados e municípios o envio de informações. Essa informação será compilada e publicada uma vez por dia. Se conseguirmos resolver problemas de ordem técnicas, conseguiremos receber tudo até 16h e divulgar às 18h", disse Élcio Franco, secretário-executivo.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.