Após relatar na noite da última segunda-feira (6), ter apresentado alguns sintomas do coronavírus e realizar testagem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) testou positivo para o novo coronavírus. O anúncio foi feito por volta das 12h desta terça-feira (7) pelo próprio chefe do executivo em sua residência oficial, o Palácio da Alvorada, em Brasília. Durante a entrevista, o presidente usava máscara, mas não havia distanciamento entre ele e os jornalistas. No final da transmissão, ele retirou o acessório.
"Se eu não tivesse feito exames, não saberia do resultado, que acabou de dar positivo", falou em transmissão da TV Brasil.
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Na segunda, o presidente esteve no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília por ter sentido febre com temperatura de 38 graus durante o dia todo. Bolsonaro participou do hasteamento das bandeiras, café da manhã e da reunião ministerial.
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O chefe de Estado havia informado que já está tomando hidroxicloroquina, medicamento que sempre defendeu no tratamento do coronavírus desde o primeiro dia, o que também motivou a saída dos ex-ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, por serem contrários ao procedimento, já que nunca teve eficácia comprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
"Tomei ontem, por volta das 17h, o primeiro comprimido. O composto foi ministrado e, confesso que, como acordo muito durante a noite, consegui sentir alguma melhora após às 0h. Às 5h, tomei a segunda dose da cloroquina", disse o presidente.
No anúncio, Bolsonaro afirmou que se sente "perfeitamente bem". "As medidas que estou tomando, protocolares, são para evitar a contaminação a terceiros, o que cabe a todo e qualquer cidadão brasileiro, independente de ser cidadão comum ou o presidente da República".
O chefe do executivo revelou que achava que já tinha sido contaminado anteriormente. "Eu confesso que achava que já tinha pego, tenho em vista minha atividade dinâmica perante à população. Eu sou o presidente da República e estou na frente de combate. Não fujo da minha responsabilidade e nem me afasto do povo, gosto de estar no meio do povo. Tendo em vista meu contato bastante intenso com o povo nos últimos meses, eu achava que já tinha contraído e não tinha percebido".
Mesmo com a suspeita, na segunda-feira Bolsonaro ainda parou para falar com um grupo de apoiadores que o aguardava no Palácio do Planalto. Usando máscara, pediu que as pessoas não chegassem perto dele, por recomendações. "Não pode chegar muito perto ná, tá? Recomendação para todo mundo. Tô evitando, que eu vim do hospital agora, fiz uma chapa no pulmão, tá limpo o pulmão, tá certo?", explicou.
De acordo com a agenda oficial, o presidente esteve com seis ministros durante o dia: Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Vieira (Secretaria-Geral) e Levi Mello (Advocacia-Geral da União), e também com o secretário especial de Cultura, Mário Frias.
O chefe de Estado já havia realizado três testes para avaliar uma possível infecção do coronavírus em março, após volta da viagem oficial dos Estados Unidos, em que pelo menos 23 pessoas da comitiva brasileira testaram positivo para o vírus. Bolsonaro até anunciou os resultados negativos, mas se recusou a mostrar exames, que só foram divulgados após o Supremo Tribunal Federal (STF) obrigar a divulgação das informações.