Doria viaja a Brasília para tentar capitalizar vacina chinesa

Possíveis adversários em 2022, João Doria e o presidente Jair Bolsonaro adotaram discursos diferentes sobre a obrigatoriedade da vacinação. Doria é a favor e Bolsonaro, contra
Estadão Conteúdo
Publicado em 21/10/2020 às 13:38
O imunizante contra o coronavírus foi desenvolvido pelo Instituto Butantan com o apoio do Governo de São Paulo Foto: DIVULGAÇÃO/GOVERNO DE SÃO PAULO


No dia seguinte ao anúncio de que o Ministério da Saúde (MS) iria comprar 46 milhões de doses da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), vai fazer um périplo em Brasília nesta quarta-feira (21), na tentativa de capitalizar o que seus aliados consideram uma vitória política do tucano, que pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2022. Ainda na manhã desta quarta, o MS voltou atrás na decisão da compra.
Doria vai circular pelo Congresso Nacional acompanhado pelo Secretário de Estado de Saúde Jean Gorinchteyn, o secretário especial do governo de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy, e o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas. No período da tarde, Doria e sua comitiva estadual participam de uma reunião com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres.
A expectativa do Palácio dos Bandeirantes era de que a aquisição das vacinas ocorresse até o final do ano, após o imunizante obter o registro da Anvisa, e que a vacinação tivesse início já em janeiro. O ministério havia informado que investiria R$ 1,9 bilhão na compra, e que o recurso extra seria liberado por meio de medida provisória.
No entanto, nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que a vacina contra o novo coronavírus produzida na China "não será comprada" pelo governo brasileiro. Depois da repercussão do comentário, o secretário-executivo da pasta, Élcio Franco, voltou atrás e afirmou que "não há intenção de compra de vacinas chinesas" contra a Covid-19
Possíveis adversários em 2022, o governador e o presidente Jair Bolsonaro adotaram discursos diferentes sobre a obrigatoriedade da vacinação. Doria é à favor e Bolsonaro, contra.
No embate com Doria, Bolsonaro tem dito que a vacina tem que ter "comprovação científica" e criticado a China. O governo federal tem apostado na vacina desenvolvida pela universidade de Oxford. Assim como a chinesa, essa inglesa também está na fase 3 de testes, em que há uma vacinação em massa de voluntários. 
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