Atualizada às 00:10
A indefinição sobre a segunda colocação entre três dos 11 candidatos a prefeito do Recife, conforme mostra a terceira rodada pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, não é considerada negativa, ao menos para a candidata a prefeita Delegada Patrícia Domingos (Podemos). Ela que aparece na amostra divulgada nesta quinta-feira (29), com 16% das intenções de votos - ante os 13% da rodada anterior divulgada no dia 15 de outubro -, está empatada tecnicamente com a candidata Marília Arraes (PT), que possui 18% das intenções e o candidato Mendonça Filho (DEM), com 13% da preferência dos eleitores.
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"As pesquisas só demostraram que o Recife quer mudança. Essa mudança é o nosso projeto que representa. Estamos crescendo e vamos vencer. A população cansou dessa situação e a mudança que a gente quer já começou", declarou ao JC. Nesse novo levantamento, a delegada se sobressai entre os eleitores que possuem renda familiar mensal superior a 5 salários mínimos (25%). Além disso, em relação à rodada anterior, a candidata cresce entre quem avalia a administração municipal como ruim ou péssima: de 14% para 24%.
Mesmo diante de um crescimento nas intenções de voto, o percentual de rejeição também teve aumento. Patrícia Domingos é a candidata que aparece com a maior variação em pontos percentuais na rejeição do eleitorado, passando de 14% para 20% entre a segunda e terceira rodada do Ibope/JC/Rede Globo. No entanto, João Campos (PSB) segue liderando em termos de rejeição com 33%, seguido do candidato a prefeito do DEM, Mendonça Filho, com 30% e, o Coronel Feitosa (PSC) com 28% da pontuação.
Para o coordenador de campanha e deputado federal, Daniel Coelho (Cidadania), o momento é de focar no crescimento positivo da delegada. "Patrícia não para de crescer. O povo já entendeu que ela é mudança de verdade. É a mais forte adversária no segundo turno contra o PSB. Vamos ao segundo turno. E vamos ganhar.", declarou.
Sobre a tendência de segundo turno, de fato Patrícia é a candidata que mostra mais competitividade para enfrentar o candidato do PSB, no entanto, ela não sai vitoriosa da disputa. Diferente do resultado da segunda rodada apresenta pelo Ibope, mesmo a postulante passando de 39% para 38%, João Campos também sobe de 44% para 45%, garantindo a vitória.
Já em uma disputa contra Marília Arraes, a candidata do Podemos teria vantagem e venceria com 44% contra 39% das intenções de voto. A diferença é ainda mais acentuada quando o adversário é o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM), que obtém 33% contra 45% dos votos para a delegada.
A terceira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo foi realizada entre os dias 27 e 29 de outubro de 2020. Foram entrevistados presencialmente 1001 votantes do Recife. A margem de erro máxima estimada é de três pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número PE00353/2020. O levantamento foi encomendado pelo Jornal do Commercio e Rede Globo.
Na noite desta quinta-feira (29), a Delegada Patrícia (Podemos) participou do debate promovido pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e pela Sociedade Brasileira Pelo Progresso da Ciência (SBPC). A conversa foi transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da UFRPE.
Patrícia debateu com os outros três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas, os temas sobre educação, tecnologia e mobilidade. Os professores Márcia Angela Aguiar, Sergio Rezende e Maria Adélia de Oliveira também contribuíram com perguntas à discussão.
"Eu represento todas as pessoas que venceram na vida por mérito. Que batalharam, estudaram, para ocupar o seu espaço profissional", disse Patrícia, se diferenciando dos outros projetos postos na disputa eleitoral. Para a delegada, a coligação Mudança Já (Podemos e Cidadania) representa um processo de mudança do ciclo PT e PSB, que já dura 20 anos no Recife.
Na qualificação profissional dos jovens, Patrícia ressaltou que deve investir em parcerias público-privadas com a rede particular de ensino. A medida tem por objetivo qualificar pessoas para ocuparem vagas, hoje ociosas, de alta exigência técnica, como as do Porto Digital. A entidade está com cerca de 1500 vagas de emprego em aberto por falta de mão-de-obra qualificada nas cidade.
Em outro momento do debate, a delegada destacou o projeto de mobilidade urbana da coligação. Segundo ela, retirar o Recife do consórcio metropolitano é fundamental para melhorar o acesso e a qualidade do serviço na capital pernambucana. "Mais de 10 municípios na Região Metropolitana gerem o próprio transporte municipal. Por que temos que ficar presos a um consórcio que há mais de 20 anos penalizar o cidadão?", questionou a delegada.