'Marília tem uma desenvoltura diferente, tem articulação, é preparada', diz Anderson Ferreira em debate com Raquel Lyra e Miguel Coelho

A prefeita Raquel Lyra frisou que o palanque com a oposição está desmontado desde domingo (15), quando o TRE declarou o resultado da eleição na capital do Agreste
Alice Albuquerque
Publicado em 18/11/2020 às 18:16
Prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL); prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB) e prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB) reeleitos, participaram do debate nesta quarta-feira (18) Foto: REPRODUÇÃO


O Debate da Super Manhã desta quarta-feira (18) da Rádio Jornal foi com a prefeita reeleita em Caruaru, capital do Agreste, Raquel Lyra (PSDB) com 114.466 votos e 66,86% das urnas, e os prefeitos reeleitos de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), com 144.586 votos e 54,26% das urnas, e de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), que teve 76,19% das urnas com 121.300 votos. O debate com o comunicador Geraldo Freire foi acerca do papel do prefeito no município. Os três candidatos foram reeleitos logo no primeiro turno.

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Raquel Lyra frisou que a campanha não foi feita nos 45 dias estipulados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas sim durante os quatro anos de mandato, e que o maior desafio a partir do próximo ano é o enfrentamento "pós-covid" e retorno da economia, educação e retomada da saúde. "Aprendemos na adversidade e sabemos que precisamos fazer mais com menos. Haverá sempre menos recurso disponível para o tamanho da necessidade do nosso povo".

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"Temos o desafio de conseguir gerar emprego e renda, mas ao mesmo tempo buscando novos mercados para o polo têxtil, que só se faz a partir da digitalização da nossa economia, de conseguir ganhar o ambiente digital para uma economia que é baseada na informalidade", disse.

A capital do Agreste tem uma forte oposição contra a tucana, que não participou do debate feito pela TV Jornal com os então candidatos à prefeitura e sofreu duras críticas. Lyra pontuou que Caruaru é uma cidade "extremamente politizada", mas o palanque é desmontado após a eleição. "O palanque está desmontado desde a declaração oficial do TRE (do resultado da eleição), e o que a gente pede é a colaboração daqueles que são mandatários. "Baterei à porta de todos eles (delegados políticos), como sempre fiz, sempre contei com a colaboração de pessoas como por exemplo o senador FBC, mas também recebi recursos de Jarbas Vasconcelos, que foi oposição a nós aqui em Caruaru e é do partido do deputado adversário nosso que não disputou a eleição, mas faz parte do MDB, como o deputado Tony Gel".

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Ela disse, ainda, que está solicitando agenda com o governador Paulo Câmara (PSB) e que há diálogo com o governo federal para pedir mais investimentos na cidade. "Vou continuar nessa pisada, buscando apoio daqueles que têm mandato especialmente delegados por Caruaru, mas também daqueles que nem tem mandato delegado pelo povo, que tiveram votações que nem são expressivas mas sabem a importância da nossa cidade".

Em 2021, a Câmara dos Vereadores de Caruaru deve contar com 14 vereadores da base do governo dos 23 eleitos. Por sua vez, Raquel ressaltou que vai procurar ter um relacionamento transparente com os parlamentares, baseado no diálogo e ponderou que "o que for do interesse da população nós vamos conseguir aprovar junto à Câmara".

Já Anderson Ferreira (PL), que anunciou apoio à candidatura de Marília Arraes (PT) no Recife para o segundo turno da eleição, especificou que teve que se posicionar com relação ao apoio por Recife ser vizinha de Jaboatão, que são "molas propulsoras" e também por ser uma liderança política. "Não sou o tipo de pessoa que me esquivo desse posicionamento e eu vejo a candidata Marília Arraes como uma opção espetacular para o Recife, muito boa, porque o governo que está aí, o PSB, o partido que governa o Recife não teve nenhum tipo de interlocução com a cidade vizinha. Tenho certeza que com a Marília Arraes ao lado a gente vai ter uma sintonia entre as duas cidades".

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Segundo Anderson Ferreira, o candidato do PSB, João Campos não tem experiência para governar o Recife. "Eu enxergo que uma capital, uma cidade como o Recife precisa ser governada por alguém que tenha experiência, a gente não pode entregar uma cidade como essa na mão de pessoas que não tem experiência. Infelizmente, o candidato que representa a força do PSB que está disputando a eleição no Recife não tem experiência para gerir uma cidade como essa. Todos nós aqui que somos gestores de cidades grandes temos uma responsabilidade muito grande, e vejo como irresponsabilidade colocar uma pessoa que não tem a capacidade de gerir o tamanho da cidade que é a capital. Marília tem uma desenvoltura diferente, tem uma articulação, é preparada, isso credencia ela para ser o melhor para o Recife nesse momento. Vocês sabem que no primeiro turno meu candidato foi Mendonça Filho, mas chega ao segundo turno e tem que se fazer uma escolha", lembrou.

Ele também disse ter entrado na política com "36 ou 38 anos", e se preparou para assumir a prefeitura. "Hoje tenho 47 anos e venho de uma família política. Eu dizia que me sentia preparado porque dizia que já tinha exercido dois mandatos de deputado federal, estávamos no segundo mandato quando a gente enfrentou esse desafio. Uma boa interlocução com o governo federal, com ministros, boa relação em Brasília que um prefeito tem que ter como o prefeito Miguel e a prefeita Raquel tem. Um prefeito para sobreviver hoje tem que ter o apoio do governo e é importante também o apoio do governo federal", comentou.

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Ferreira reclamou ter pedido recursos ao governo estadual e não ter sido atendido. "Por exemplo, em estou tocando uma maternidade sozinho. O governo de Pernambuco poderia ter esse olhar porque as cidades se entrelaçam, isso dificulta para Recife e vice-versa. Terceirizamos a questão dos partos através de hospitais credenciados pelo município. Vivemos o momento de pandemia com a maior dificuldade e não houve um alinhamento nas cidades".

Por sua vez, em Petrolina, Miguel Coelho (MDB) comentou ter vencido com uma quantidade expressiva de votos e "foi a maior da história de Petrolina", com 76% dos votos válidos. "A população deu o voto de confiança não só pelo trabalho mas pelo resultado. O recado é de que Pernambuco começa a acordar para um sentimento de mudança. Um sentimento de fadiga em alguns municípios e que a gente precisa dessa união do campo da oposição do qual nós três (ele, Raquel e Anderson) fazemos parte, para que a gente possa dar para Pernambuco uma alternativa e daqui a dois anos (eleição para governo do Estado), que possamos resgatar o protagonismo de Pernambuco".

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Sobre a oposição, Coelho disse que não são inimigos e o respeito tem que prevalecer. "Assim me portei nos primeiros quatro anos de mandato e assim vamos nos portar ao longo da nossa vida pública. Passada a eleição, não tem mais disputa. Dos 23 vereadores da câmara, nós elegemos 19. A gente tá bastante confiante de que até mesmo com esses quatro de oposição teremos bom diálogo, e como sempre defendi, o prefeito não pode se isolar, até porque os recursos próprios da prefeitura são muito poucos para os projetos e as necessidades que a população tem".

Miguel lembrou que a Guarda Municipal de Petrolina já é armada e uma parceria com a Polícia Rodoviária Federal foi feita, a qual receberam pistolas calibre .40, além de conseguir credenciar a classe ao Exército Brasileiro. "Fomos a primeira Guarda do Brasil a ter autorização para portar pistolas 9mm, compramos 170 pistolas 9mm além das .40. Estamos comprando novas espingardas calibre 12, foram mais de 50 viaturas que conseguimos adquirir em parceria com o governo federal. Estamos concluindo um curso de formação de mais 90 guardas, vamos quase dobrar o efetivo no próximo ano. Um grande investimento em iluminação pública também. Investimos na guarda, sabemos que segurança é uma obrigação do governo do Estado mas a prefeitura não fica aguardando, muito pelo contrário, a gente parte na frente porque o interesse é nosso", frisou.

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