Um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fez um protesto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo (6) em defesa do voto impresso. Os manifestantes também carregaram cartazes contra a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) aos comandos da Câmara e Senado, respectivamente. A possibilidade de recondução de ambos ao poder está sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com dois carros de som, o grupo caminhou até o gramado em frente ao Congresso Nacional. Não houve divulgação oficial do número de participantes.
A deputada Bia Kicis (PSL-DF) discursou durante o evento e colocou dúvidas sobre a credibilidade da urna eletrônica, embora não tenha havido qualquer evidência de fraude nas eleições brasileiras.
"O voto é o instrumento mais importante da nossa democracia e nosso sistema. Por mais que o TSE Tribunal Superior Eleitoral e a mídia quase que integralmente queiram nos fazer acreditar que ele é perfeito, nós temos elemento para saber que ele é vulnerável", disse a deputada.
Em março deste ano, Bolsonaro afirmou ter provas de que a eleição de 2018 foi fraudada e de que ele teria ganhado no primeiro turno, mas nunca apresentou qualquer prova que corroborasse sua declaração.
Mesmo com custos estimados em R$ 2,5 bilhões ao longo de dez anos, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria de Bia Kicis foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara no fim do ano passado. Foram 33 votos a favor e apenas cinco contrários, com o apoio de partidos como DEM, Republicanos, PT, PDT e MDB.
O projeto torna obrigatória a existência do voto impresso. De acordo com a deputada, a eleição funcionaria da seguinte forma: o eleitor registraria seu voto na urna eletrônica, como é feito hoje. Após apertar o botão "confirma", uma impressora geraria o voto de papel. O eleitor não poderia levar o comprovante, mas poderia vê-lo antes que ele fosse depositado em uma urna separada.
Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do voto impresso. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tem defendido a segurança do sistema e, na semana passada, afirmou não ter controle sobre o "imaginário" das pessoas.
"Tem gente que acha que a Terra é plana. Tem gente que acha que o homem não foi à Lua. Tem gente que acha que Trump venceu as eleições nos Estados Unidos", disse Barroso no último dia 29, numa referência indireta aos bolsonaristas, que não aceitaram até hoje a vitória de Joe Biden sobre Donald Trump na disputa pela Casa Branca.