Bolsonaro afirma que Queiroz fez pagamentos para ele e não para Michelle

Em agosto, foram revelados detalhamento de depósitos feitos por Queiroz entre 2011 e 2016 em nome de Michelle Bolsonaro
Estadão Conteúdo
Publicado em 15/12/2020 às 23:41
Queiroz é investigado por suposto esquema de "rachadinha" Foto: Foto: Reprodução/SBT


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta terça-feira (15), que Fabrício Queiroz, envolvido em um suposto esquema de rachadinha no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) durante a época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro, fez pagamentos para ele no passado. Declaração foi feita em entrevista à Band.

"Vamos apurar? Vamos, mas cada um com a sua devida estatura, e não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa, quando falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela", afirmou o presidente sobre Queiroz e sua esposa, Márcia de Oliveira Aguiar, fazerem o repasse de R$ 89 mil para a atual primeira dama. 

Bolsonaro então continuou. "Eu dava 89... divide aí, Datena. R$ 89 mil por dez anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! R$ 750 por mês. O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá?", disse.

Em agosto, detalhamento de depósitos, feitos entre 2011 e 2016, foram revelados pela revista Crusoé. Extratos bancários de Queiroz anexados à investigação sobre suposto esquema de rachadinha revelam que o ex-assessor depositou 21 cheques em nome de Michelle

Esquema de 'rachadinha'

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, é apontado como suposto operador financeiro de esquema de 'rachadinha' instalado no gabinete do senador à época em que era deputado estadual no Rio de Janeiro. Atualmente, ele cumpre prisão domiciliar. Ele chegou a passar menos de um mês detido em Bangu, na Zona Oeste do Rio, contudo conseguiu ir para casa através de habeas corpus.

À época, ele havia sido encontrado na casa do ex-advogado de Flávio, Frederick Wassef, em Atibaia, São Paulo. Isso foi considerado, junto com mensagens obtidas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, provas de que o grupo buscava se esconder das investigações.

No início de novembro, o Ministério Público denunciou o senador Flávio Bolsonaro pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Essa denúncia se dá no âmbito do caso Queiroz, como ficou amplamente conhecido o processo das "rachadinhas" supostamente praticados pelo filho de Jair Bolsonaro, na Assembleia Legislativa do Rio. Fabrício Queiroz e outros 15 ex-assessores também foram denunciados.

 

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