Reeleito e diplomado no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, o vereador Irmão Flávio (PL), teve sua posse no cargo anulada. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (6), no Diário Oficial dos Municípios de Pernambuco. Flávio está preso desde julho do ano passado por suspeita de ter praticado "rachadinha" (crime acontece quando o parlamentar reembolsa parte dos salários dos funcionários) em seu gabinete.
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O político foi alvo da operação Rateio II, da Polícia Civil (PCPE), que investiga crimes como peculato, falsidade documental, organização criminosa e frustração de direito trabalhista. Segundo a PCPE, Flávio é suspeito de ter ficado com um percentual de até 90% dos salários de funcionários comissionados da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho. Na ocasião, três assessores do vereador também foram presos.
Mesmo detido no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, Irmão Flávio, que antes das eleições utilizava o nome político de Flávio do Fórum, foi reeleito no último dia 15 de novembro, com 1.078 votos. O vereador teve um pedido de habeas corpus rejeitado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 28 de dezembro de 2020, portanto, segue preso.
Por não poder estar presente na solenidade de diplomação, em 18 de dezembro, sua irmã, Belinda Roberta da Silva Leite, foi quem o representou. A diplomação foi feita pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) na Câmara Municipal do Cabo.
Em nota, a Casa Legislativa da cidade informou que "a decisão de anular a posse foi tomada pela Mesa Diretora da Câmara do Cabo de Santo Agostinho, por ter acontecido de forma irregular''. O Legislativo disse ainda que aguarda a manifestação da defesa do vereador para seguir os trâmites legais e, somente após esse procedimento, deve convocar o suplente. Quem assumiria a vaga é Nia Vipcar (PL), que teve 1.008 votos.