CPI

Líderes da Rede e do PSB querem criar CPI da covid-19 contra governo Bolsonaro

Parlamentares querem investigar a conduta do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19)

Cadastrado por

Estadão Conteúdo, Luisa Farias

Publicado em 19/01/2021 às 20:54 | Atualizado em 19/01/2021 às 21:50
Alessandro Molon é líder do PSB na Câmara dos Deputados e Randolfe Rodrigues é líder da Rede Sustentabilidade no Senado Federal - Reprodução

O líder da Rede Sustentabilidade no Senado Federal, Randolfe Rodrigues (AP), e o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (RJ) estão recolhendo assinaturas para criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a conduta do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19). Também está no radar dos parlamentares a apuração dos responsáveis pela crise de abastecimento de oxigênio hospitalar no estado do Amazonas na semana passada. 

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Os parlamentares afirmam que a "tragédia humanitária" vivenciada no País é resultado de "ações e omissões" do governo federal. “Estamos propondo a criação da CPMI do Coronavírus para que toda a omissão e o boicote ao efetivo enfrentamento da pandemia sejam devidamente investigados e para que os responsáveis sejam punidos. O Brasil tem uma das piores respostas do mundo no enfrentamento à COVID-19, com milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas. O parlamento brasileiro tem o dever de investigar e fazer com que Bolsonaro e seus auxiliares prestem contas à Justiça por eventuais crimes que tenham cometido", afirmou Alessandro Molon. 

O primeiro caso da covid-19 no Brasil foi registrado no dia 26 de fevereiro de 2020. E de lá para cá, o País totaliza 8.511.770 casos e 210.299 óbitos causados pela doença. Quase 11 meses depois, a primeira brasileira foi vacinada no último domingo (17) em São Paulo, após a aprovação do uso emergencial das vacinas da Coronavac e de Oxford pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

"Desde a chegada da pandemia ao país o que vimos foram tentativas do governo em minimizar a gravidade do problema, além de sabotagem às medidas sanitárias para contenção do espalhamento do vírus e a fixação em remédios sem nenhuma eficácia comprovada contra a Covid-19", diz Randolfe Rodrigues. 

Para criar a comissão, é preciso recolher as assinaturas de ao menos 171 deputados e 27 senadores. De acordo com o requerimento apresentado pelos parlamentares, o colegiado teria 15 deputados e 15 senadores, com igual número de suplentes, e prazo de 90 dias para funcionamento, prorrogáveis por mais 90.

Maia falou em CPI

Na segunda-feira (19), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM) chegou a afirmar que seria "inevitável" a criação de uma CPI duturamente para investigar a "falta de logística" do governo federal ao lidar com a pandemia, especialmente na aquisição de imunizantes contra a covid-19. 

“É inevitável que a gente tenha, pelo menos, uma grande CPI, que seja da Câmara ou do Congresso, a partir de um pouco mais na frente, e certamente essa investigação vai chegar aos responsáveis pelo não atendimento ao e-mail de uma indústria farmacêutica querendo vender vacina para o Brasil, e que agora já não tem mais essas vacinas para vender. Toda essa desorganização, toda essa falta de capacidade de logística e de entrega de equipamentos e insumos aos estados e municípios, isso tudo vai ficar claro mais na frente”, afirmou Rodrigo Maia. 

Rodrigo Maia deixa o comando da Casa Baixa no próximo dia 1º de fevereiro, quando os deputados escolherão o novo presidente para o biênio 2021-2022. No páreo, estão Arthur Lira (PP-AL), candidato apoiado por Bolsonaro e Baleia Rossi (MDB-SP), apadrinhado por Maia. 

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