Matéria atualizada as 14h37
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Pernambuco e diversos movimentos sindicais, promovem na manhã deste sábado (23), uma carreata no Recife pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A concentração dos carros ocorreu em frente à Fábrica Tacaruna, na Avenida Agamenon Magalhães e o trajeto seguiu até a Pracinha de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, sendo encerrado posteriormente na praia do Pina. Os manifestantes fincaram 49 cruzes na areia para homenagear as vítimas da covid-19 e fizeram um minuto de silêncio.
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A manifestação foi pensada pela Frente Brasil Popular, partidos de oposição, Povo sem Medo e entidades sindicais. De acordo com o grupo, há carreatas confirmadas no mesmo dia em pelo menos outras 11 capitais, como São Paulo, Curitiba, Rio Branco, Palmas, Belo Horizonte e Brasília.
No Recife, o PT de Pernambuco utilizou as redes sociais para convocar os manifestantes. A deputada federal Marília Arraes e o senador Humberto Costa, duas das principais lideranças do petistas, não compareceram na manifestação.
De acordo com o diretor estadual da CUT, Paulo Ubiratan, o ato faz parte de uma mobilização nacional que pede pela saída do presidente da República diante da condução do país na pandemia provocada pela covid-19. “Nosso objetivo é mostrar para a sociedade toda a insatisfação com o governo federal. Atualmente, estamos com um número enorme de pessoas morrendo diariamente pela covid-19. Em resposta, o presidente diz que a vacina não é eficiente, brinca e desdenha da situação”, declarou Ubiratan, em entrevista à TV Jornal.
Outros temas também estão sendo elencados neste protesto, como o auxílio emergencial e as reformas trabalhistas. “Houve um ataque à previdência, com a retirada dos direitos trabalhistas, sem falar na ausência de projeto econômico para o País. Hoje, o Brasil é um país adoecido, desmoralizado internacionalmente e não há iniciativa para dar um salto de qualidade”, frisou o dirigente.
Durante a concentração do ato, manifestantes estavam com faixas com os dizeres “Fora Bolsonaro”. “Essa é a forma que nós temos de dizer a esse presidente que aí está, que ele precisa agir com responsabilidade e garantir a vacina para todos os brasileiros. Para que a gente também possa garantir o auxílio emergencial para todos que precisam e que neste momento estão necessitando. E mais do que isso, pela irresponsabilidade que esse governo tem apresentado ao país”, afirmou o professor Eduardo Jorge Souza da Silva.
Para a dona de casa Shirley Monteiro, também presente no ato pró impeachment, as reivindicações que estão sendo feitas "não são mais uma questão partidária". "Estou aqui sozinha, estou aqui independente, para dizer que não dá mais para estarmos em uma situação tão deplorável, são mais de 215 mil mortes. O número de desemprego aumentando, violência, desrespeito contra a ciência. É hora de nos reunirmos por um Brasil que realmente lute pelos seus filhos", declarou.
Na última quarta-feira (20), as Lideranças da Minoria, da Oposição e seis partidos de esquerda na Câmara e os presidentes nacionais dessas siglas informaram que vão protocolar mais um pedido de impeachment contra Bolsonaro na Casa Baixa. A razão, de acordo com o grupo, seria a "omissão" e a "responsabilidade" do governo durante a pandemia de covid-19. Entre as agremiações que assinam a nota estão PT, PSB, PDT e PCdoB.
"O Congresso não pode parar frente ao agravamento da crise no país", diz trecho da nota através da qual o grupo informou a sua decisão.
Para ir adiante, um pedido de impedimento deve, primeiramente, ser acatado pelo presidente da Câmara, que atualmente é o deputado federal Rodrigo Maia (DEM). Depois disso, o presidente deve apresentar o requerimento ao plenário da Casa e apenas se 342 deputados ou mais votarem a favor do processo, ele será aberto.