Matéria atualizada às 19h43
Após a eleição de Arthur Lira (PP-AL) como novo presidente da Câmara dos Deputados, a Casa elegeu, na manhã desta quarta-feira (3), a nova Mesa Diretora para comandar os trabalhos e três pernambucanos foram eleitos. A 2ª vice-presidência fica com André de Paula (PSD), a 1ª secretaria com Luciano Bivar (PSL) e a 2ª com Marília Arraes (PT). Dos sete cargos titulares escolhidos nesta quarta, três ficaram com mulheres, feito comemorado pela bancada feminina da Câmara.
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Em seu sexto mandato como deputado federal, André de Paula falou sobre a alegria de concorrer ao cargo a que foi eleito com o apoio quase unânime da bancada do PSD e sobre a importância deste momento para a sua carreira política. "Eu gostaria de ressaltar a minha alegria de chegar à Mesa representando o meu partido com a indicação de 32 dos 34 deputados. Isso, no meu ponto de vista, é um juízo de valor ao trabalho que eu desenvolvi quando fui líder do partido no primeiro ano dessa legislatura. Em segundo lugar, para um político como eu, que tem seis mandatos aqui na Câmara, participar da Mesa, sendo vice-presidente da Casa, participando das principais decisões que afetam de forma direta o País, a economia, é algo fantástico. É um momento importante da minha vida pública", pontuou o parlamentar.
Ainda de acordo com De Paula, o foco do Congresso Nacional agora deve ser de união, para que as pautas de interesse do País sejam discutidas."Aqui na Câmara nós estamos saindo de um processo eleitoral tenso, que deixou arestas, sequelas, e eu acho que a gente precisa virar essa página e construir a unidade da Casa. E eu vou trabalhar muito nesse sentido", observou.
"O compromisso do presidente Arthur Lira (PP) é que a Câmara volte a pautar matérias que, de fato, possam fazer com que o País retome o seu crescimento econômico e avance. Nós percebemos - e esse é o nosso grande desafio - que a gente não pode apenas atuar de forma virtual, que é muito importante que os principais setores estejam presentes fisicamente na Casa. O presidente já disse que vai instalar as comissões permanentes, que vai instalar - junto com o presidente do Senado - a comissão mista do orçamento. Nós temos que correr atrás do prejuízo e iniciar rapidamente os trabalhos", detalhou o parlamentar pernambucano, que foi um dos fiadores da candidatura do progressista à presidência da Câmara.
A deputada federal Marília Arraes (PT) concorreu, em segundo turno, com o colega de partido João Daniel (PT-SE) pela 2ª secretaria da Câmara. O petista foi o nome oficial indicado pelo partido, enquanto a parlamentar ocorreu de forma avulsa. O ocupante do cargo é responsável por relações internacionais, faz o contato com outros parlamentos, e cuida de passaportes dos deputados e dos programa de estágio na Câmara.
"A gente ter (na Mesa Diretora) visões diversas, de diversas regiões, de diversos pontos de vista é muito importante para a democracia. Na democracia o que a gente quer são opiniões diferentes que depois convirjam para o mesmo ideal, que é melhorar o Brasil. Nós todos aqui temos esse objetivo, representando a sociedade, e na Mesa Diretora não vai ser diferente, a gente vai tomar decisões importantes que vão impactar no futuro do País, por meio da Câmara dos Deputados", afirmou Marília em entrevista à TV Câmara após a eleição.
Através de nota, a parlamentar comemorou, ainda, o fato de a 2ª secretaria estar sendo ocupada por uma mulher. "É importante destacar que nós, mulheres, assim como os jovens e outros representantes da minoria numérica que compõe o Parlamento, não podemos esquecer de que no ambiente legislativo existem muitas convenções, costumes e acordos, em todas as bancadas, independentemente de coloração partidária. E, infelizmente, a maioria dessas 'regras comuns' não consideram a necessidade de se abrir espaços para nós. Por isso, minha eleição tem sim um significado muito importante", destacou Marília.
Antes da anulação da eleição da Mesa, que ocorreria nessa segunda-feira (1º), Marília tinha se colocado na disputa pela 1ª secretaria da Casa e também tinha sofrido resistência do partido. Entretanto, para evitar a oportunidade de ocupar um espaço na Mesa, o PT acabou por apoiar seu projeto inicial.
Presidente nacional do PSL, o deputado federal Luciano Bivar será o responsável pelo gerenciamento do orçamento da Casa, aprovando, por exemplo, obras e reformas.
Nos últimos dois anos, Luciano Bivar havia ocupado o cargo de Segundo Vice-Presidente. No período, ficou com as atribuições de substituir o presidente e o primeiro vice-presidente, além de examinar os pedidos de ressarcimento de despesa média dos deputados e fomentar a interação entre a Câmara e os órgãos do Poder Legislativo dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
“Fico feliz com a eleição e sabemos que a Câmara precisa ter um funcionamento perfeito junto com as secretarias e as vice-presidências. Temos a convicção de que a Casa caminha bem. Acho que agora é um sentimento de doação pelo o que a gente faz como parlamentar e o desejo de que tudo siga na ordem. Sou muito humanista e, juntos, vamos buscar o melhor ideal. Isso é o que importa”, afirmou Luciano Bivar.
Com a nova atribuição, o parlamentar ficará com a responsabilidade pela interpretação do ordenamento jurídico de pessoal e dos serviços administrativos da Câmara. Além da decisão de recursos administrativos e requerimentos de informação a Ministro de Estado ou qualquer titular de órgão subordinado à Presidência da república.
Confira o resultado da votação:
- 1ª vice-presidência: Marcelo Ramos (PL-AM) - 396 votos;
- 2ª vice-presidência: André de Paula (PSD-PE) - 270 votos;
- 1ª secretaria: Luciano Bivar (PSL-PE) - 298 votos;
- 2ª secretaria: Marília Arraes (PT-PE) - 192 votos
- 3ª secretaria: Rose Modesto (PSDB-MS) - 398 votos; e
- 4ª secretaria: Rosângela Gomes (Republicanos-RJ) - 418 votos.
Como suplentes de secretários da Mesa, foram eleitos os deputados Alexandre Leite (DEM-SP), com 313 votos; Gilberto Nascimento (PSC-SP), com 354 votos; e Eduardo Bismarck (PDT-CE), com 358 votos; e Cássio Andrade (PSB-PA) com 202 votos.
Houve segundo turno apenas para o cargo de 2º secretário, disputado entre João Daniel (que recebeu 166 votos) e Marília Arraes (recebeu 172 votos).
O PT ocuparia, inicialmente, a primeira secretaria, responsável pelos custos da Câmara e Marilia chegou a ser formalizado pelo partido para o posto. No entanto, em seu primeiro ato como novo presidente, Arthur Lira invalidou o bloco que o PT ocupava e restou à legenda a segunda secretaria.
Após a mudança, o PT, oficialmente, apoiou o nome de João Daniel, em detrimento de Marília, mas a pernambucana se lançou de forma avulsa (sem apoio do próprio partido) e, mesmo assim, conseguiu mais votos que o adversário.