A Polícia Civil de Pernambuco aponta haver indícios de que o ex-prefeito de Paulista Junior Matuto (PSB) foi beneficiado em um suposto esquema de fraude em licitação, ocorrido no município em 2015. Na manhã desta terça-feira (6), delegado Diego Pinheiro, responsável pelas investigações, explicou que, durante a gestão Júnior Matuto, um empresário amigo do político teria vencido uma licitação com documentos falsos e, em seguida, teria realizado uma reforma na casa de praia do então prefeito.
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"Em 2015, foi sancionada uma lei concedendo uma área para o empresário explorar uma marina, um restaurante, um posto de gasolina e área pública de convivência. Depois, foi questionado porque o empresário usou licenças ambientais falsas e a lei foi revogada. Em seguida, foi lançado edital de licitação da área e o mesmo empresário foi o vencedor. Com as investigações, contatamos que o empresário tem vínculo de amizade muito forte com o ex-prefeito, sendo a licitação direcionada a esse empresário, que usou documentos falsos para estar habilitado", explicou o delegado.
Para apurar melhor os fatos, a Polícia vem realizando investigações desde 2019 após requisição da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania de Paulista-PE. E, nesta terça-feira, deflagrou uma operação que mira o empresário e pessoas próximas a ele. De acordo com a polícia, são investigados os possíveis crimes de falsificação de documentos públicos, fraude em licitação, apropriação indébita, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, supostamente praticados por um empresário e ex-servidores da Prefeitura de Paulista.
"Na licitação havia uma cláusula contratual de que ele (o empresário) deveria pagar uma taxa por usar a área pública, de acordo com embarcação na Marina. Mas, verificamos que nunca foi pago esse valor, ele se apropriava. Verificamos suposto beneficiamento do prefeito (Júnior Matuto), que teria tido uma reforma em sua casa de praia em Maria Farinha e este empresário, que é arquiteto, que teria feito a obra", explicou o delegado, ao afirmar que vai indiciar Matuto, além do empresário e ex-servidores.
Na operação de hoje, foram solicitadas medidas cautelares de busca e apreensão em endereços dos investigados com o objetivo de "robustecer as investigações com outras provas, bem como o sequestro de valores dos investigados, no intuito de ressarcir o erário." Foram apreendidos documentação da marina, computadores e celulares.
A reportagem tentou contato com Júnior Matuto, mas não conseguiu até a publicação desta matéria. O JC está aberto a posicionamentos.