'Orçamento paralelo'

''O senhor participou de algum 'tratoraço'?'', pergunta ministro do Desenvolvimento Regional a Humberto Costa

Segundo o auxiliar de Bolsonaro, senador pernambucano teria indicado R$ 12 milhões para obras e compras no Estado. Parlamentar diz que o ministro omite informações

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Renata Monteiro

Publicado em 10/05/2021 às 16:02 | Atualizado em 10/05/2021 às 16:05
O senador Humberto Costa (PT) - Foto: HENRY MILLEO / AFP

Em meio à repercussão da matéria do jornal O Estado de S. Paulo que revelou que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) teria criado uma espécie de "Orçamento paralelo" para enviar emendas parlamentares a seus aliados no Congresso Nacional, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PSDB), fez uma série de tweets no último domingo (9) questionando se o senador Humberto Costa (PT) teria "amnésia", pois também teria indicado R$ 12 milhões para obras e compra de máquinas no Estado. Antes do post do ministro, o parlamentar pernambucano havia feito uma publicação afirmando que a "nova política" de Bolsonaro seria "distribuir R$ 3 bilhões para aliados por debaixo dos panos, num esquema que envolve um orçamento secreto para fins suspeitos, como tratores superfaturados e repasses de verba para outros estados, longe das bases dos parlamentares".

Segundo Marinho, porém, as informações publicadas pelo Estadão e replicadas por Humberto são falsas. "São falsas as informações do Estadão que acusam o governo de ter criado um orçamento secreto. Basta analisar que parlamentares da oposição (PT, PCdoB e PDT) tiveram indicações contempladas. Inclusive o senador @senadorhumberto que parece estar com amnésia. Vou lembrá-lo", disparou o ministro, anexando um ofício de 8 de dezembro de 2020 em que o petista solicita verbas ao ministério.

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"Será que o senador @senadorhumberto passou a integrar a base do governo @jairbolsonaro? O senhor participou de algum #tratoraço senador? Pois o senhor teve uma indicação para a compra de máquinas contemplada. E isso não poderia ser diferente", cravou Marinho, na sua publicação.

Ao Estadão, Humberto declarou que, em sua declaração, o ministro omitiu que a verba foi um pedido de Davi Alcolumbre (DEM), então presidente do Senado e aliado de Bolsonaro. "Uma robusta evidência de que o presidente Jair Bolsonaro terceirizou o orçamento é o fato de que o ministro do Desenvolvimento Regional desconhece quem está por trás da indicação que aprovou", disse o senador.

"Houve da parte do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, uma pergunta a nós da bancada do PT se nós tínhamos interesse de ter algum tipo de emenda além das parlamentares, aquelas impositivas. E nós dissemos que aceitávamos. Agora não saiu nada, nenhum recurso. E não foi em troca de nada", completou Humberto.

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