Na abertura da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, desta terça-feira (18), em que está sendo ouvido o ex-chanceler Ernesto Araújo, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) sugeriu que a relatoria da comissão, nas mãos do senador Renan Calheiros (MBD-AL), fosse transferida para Raldolfe Rodrigues (Rede-AP).
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Marcos do Val argumentou que os convidados a falar na CPI estão "intimidados", uma vez que estão recorrendo ao Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir o direito ao silêncio durante os depoimentos. Por sua vez, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), negou o pedido de Marcos do Val e disse que a ação de Renan tem sido republicana.
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello conseguiu uma decisão favorável do STF, e a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) Mayra Pinheiro, aguarda a mesma posição da Corte. "É bom ver pessoas irem ao STF, pedir auxílio, porque até outro dia essas mesmas pessoas queriam tacar fogo e fechar o STF", respondeu Aziz.
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Suplente na CPI da Pandemia e autodeclarado independente, o senador Marcos do Val já havia dito à CNN que iria tentar costurar com integrantes da Comissão algumas alterações no comando da investigação, com o objetivo principal de tirar da relatoria o senador Renan Calheiros, a quem faltaria "equilíbrio" e "racionalidade" na condução dos trabalhos.
"O melhor cenário para a CPI seria manter o Omar Aziz como presidente, ele está muito bem, equilibradíssimo, pegar o vice presidente, o Randolfe [Rodrigues], botar como relator, e pegar o senador [Eduardo] Girão, como um dos proponentes [da criação da CPI] e botar como vice-presidente", defendeu do Val. "Esses três dariam um excelente resultado para a CPI, que seguiria de forma técnica".