CPI da Covid

CPI da Covid: Pazuello diz que respondeu Pfizer "inúmeras vezes", contradizendo Wajngarten e CEO da empresa

O general detalhou aos senadores que os contatos com a farmacêutica começaram ainda em 2020 e que o preço e a quantidade de doses oferecidas pela empresa, por exemplo, estiveram entre os entraves para a negociação

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Estadão Conteúdo, Do jornal O Povo para a Rede Nordeste

Publicado em 19/05/2021 às 15:41 | Atualizado em 19/05/2021 às 17:19
O depoente disse que os contatos com a Pfizer começaram ainda em 2020 - Edilson Rodrigues/Agência Senado

Na contramão das declarações do CEO da Pfizer, Carlos Murillo, e do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, que à CPI disseram que o governo brasileiro ficou dois meses sem dar retorno à farmacêutica sobre proposta feita para aquisição de vacinas, o ex-ministro da Saúde disse que vai entregar documentos ao colegiado que, segundo ele, provam que houve respostas à empresa americana. "Como assim não houve respostas? Nós tivemos 20 respostas à Pfizer", destacou Pazuello.

"Nós respondemos a Pfizer inúmeras vezes. Nunca fechamos a porta", disse. O general detalhou aos senadores que os contatos com a farmacêutica começaram ainda em 2020 e que o preço e a quantidade de doses oferecidas pela empresa, por exemplo, estiveram entre os entraves para a negociação.

O ex-ministro disse ainda que passou setembro e outubro de 2020 analisando o contrato da farmacêutica. Logo depois, ele reclamou de “cláusulas mais duras” do contrato da empresa. Ele afirmou que preços da Pfizer e a quantidade de doses oferecidas pela empresa, por exemplo, eram obstáculos para a negociação. Segundo Pazuello, o presidente Jair Bolsonaro foi informado “imediatamente” das conversas com a empresa.

O depoente garantiu à CPI que discutiu com a Pfizer "initerruptamente”, mas que havia problemas, segundo ele, em questões técnicas e de logística. 

CEO da Pfizer e Wajngarten

Em depoimento à CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, afirmou no dia 14 de maio que a Pfizer não recebeu resposta sobre a proposta de venda de vacinas contra a Covid-19 feita ao governo brasileiro em agosto do ano passado. "O governo não rejeitou tampouco aceitou a oferta", disse ele, lembrando que a oferta realizada em 26 de agosto tinha uma validade de 15 dias.

Dois dias antes, o ex-secretário de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten, entregou uma carta da Pfizer à CPI da Covid. O documento revelou que a empresa farmacêutica, produtora da vacina contra o coronavírus, ficou dois meses sem resposta do governo brasileiro.

Logo depois, Pazuello comprometeu-se em entregar à CPI documentos que, de acordo com ele, provam que houve respostas à Pfizer. “Nunca fechamos as portas. Nós sempre quisemos comprar a Pfizer.” O ex-ministro realiza depoimento com promessa de dizer a verdade e com direto ficar em silêncio quando for questionado pelos senadores, em função de decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF).

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