Transparência

Oposição quer criar CPI da Covid para investigar o uso de recursos públicos pela Prefeitura do Recife

Sete vereadores se reúnem na tarde desta segunda-feira (24) para definir possibilidade de criação da Comissão e quais serão os próximos passos

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Adriana Guarda

Publicado em 24/05/2021 às 11:02 | Atualizado em 24/05/2021 às 11:05
Renato Antunes (PSC) defende criação da CPI da Covid no Recife - ANDERSON BARROS/CÂMARA DO RECIFE

Sete vereadores de oposição ao ex-prefeito Geraldo Julio (PSB) na Câmara do Recife se reúnem na tarde desta segunda-feira (24) para discutir a criação da CPI da Covid. A ideia é investigar o gasto dos recursos públicos durante a condução da pandemia na gestão da pandemia do ex-prefeito e do ex-secretário de Saúde, Jailson Correia. A proposta da instalação da Comissão ganhou ainda mais força com a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal contra seis pessoas, no âmbito da Operação Apneia, deflagrada em maio do ano passado.  

O vereador Renato Antunes (PSC) diz que já se pensou em instalar uma CPI em 2020, mas como se tratava de um ano eleitoral, a iniciativa foi acusada de pressão política. "Mas agora a eleição já passou e é preciso investigar o uso dos recursos. E são muitas denúncias, não só os respiradores (testados apenas em porcos e que são alvo da Operação Apneia, mas também de kits de entubadores, que foram comprados em quantidade gigantesca e outros itens", observa Antunes. 

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Os vereadores da oposição vão fazer a proposição da CPI, mas é necessário pelo menos 13 assinaturas para que a Comissão seja criada. "É preciso que a Casa tenha coragem de investigar, porque a população clama por isso. Precisamos apurar para descobrir e não para fazer política. Precisamos buscar informações porque os respiradores são apenas a ponta do iceberg, mas ainda há muito o que encontrar", acredita Antunes. 

PERSISTÊNCIA

A deputada estadual Priscila Krause (DEM) se propôs a fiscalizar a utilização dos recursos públicos e sua transparência desde o início da pandemia. Ela pediu informações sobre onde foram parar os materiais dos hospitais de campanha desativados no Recife e cobrou respostas sobre a compra de uma série de itens, como luvas, materiais para entubação e outros.  

"A denúncia do Ministério Público Federal, que agora coloca os envolvidos no banco dos réus, é um passo fundamental para que a população recifense tenha justiça num caso que envolve crime contra a vida dos pacientes. Eu confio que todas as irregularidades cometidas pela Secretaria de Saúde do Recife, que envolvem centenas de outras dispensas de licitação e muitos milhões de reais, sigam assim que possível pelo mesmo caminho. O cidadão não pode ser vítima duas vezes: da pandemia e da corrupção”.

 

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