As investigações realizadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 descobriu que foram ao total, 53 e-mails da Pfizer oferecendo vacinas ao governo federal que ficaram sem resposta, informou o senador Randolfe Rodrigues (Rede - AP).
Ainda de acordo com o senador, o último e-mail sem resposta foi enviado em 2 de dezembro de 2020. "Foi um pedido desesperado da Pfizer em busca de alguma informação, pois eles queriam fornecer vacinas ao Brasil", revela Randolfe.
O gerente-geral da farmacêutica Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, já prestou depoimento à CPI. Lá ele afirmou que o governo ignorou uma oferta de 70 milhões de doses, que começariam a ser entregues ainda em dezembro do ano passado.
Com isso, o Brasil seria um dos primeiros países do mundo a iniciar a vacinação.
A intenção da Pfizer era transformar o Brasil num exemplo de sucesso e efetividade das vacinas. Porém, com a falta de respostas, isso não foi possível.
Um acordo com a farmacêutica só foi fechado em março de 2021 e as primeiras doses entregues em abril.
CoronaVac ignorada
Além da Pfizer, o governo Bolsonaro também ignorou as ofertas do Instituto Butantan. Em depoimento à CPI, Dimas Covas, diretor do instituto, revelou que o Brasil poderia ser o primeiro país do mundo a iniciar a vacinação.
No início de dezembro de 2020, o Butantan já tinha 10 milhões de doses da CoronaVac prontas para serem aplicadas.
Além disso, a primeira oferta do instituto ao governo federal foi feita em 30 de julho de 2020 e previa a entrega de 60 milhões de doses ainda no ano passado. O governo federal não demonstrou interesse no imunizante na ocasião.