João Campos se recusa a falar em nomes para 2022, mas tece elogios a Geraldo Julio
Sobre o cenário nacional, prefeito do Recife também condenou o debate sobre candidatos de forma antecipada, segundo ele
À frente da capital pernambucana, o que deve colocá-lo como importante figura na eleição estadual de 2022, o prefeito do Recife, João Campos tem evitado cravar nomes para a disputa não só à Presidência da República como também ao Governo de Pernambuco. Ele adota uma linha diferente dos socialistas que já falam abertamente do ex-prefeito do Recife e atual secretário de Desenvolvimento de Pernambuco, Geraldo Julio, como pré-candidato do partido para a sucessão do governador Paulo Câmara (PSB).
Ainda assim, Campos tece elogios ao ex-prefeito. "O nome de Geraldo é um nome muito forte, foi um excelente prefeito do Recife, conhece bem também o estado de Pernambuco, naturalmente tem uma força muito grande em torno dele. Eu sei que ele é uma pessoa extremamente preparada, que tem capacidade política e técnica muito alta, tanto é que fez duas grandes gestões a frente da cidade do Recife", afirmou o prefeito em entrevista à Rádio Clube nesta quarta-feira (28).
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João garante apoio para qualquer projeto escolhido pelo correligionário em 2022. "Para o que ele decidir disputar a eleição ou o projeto que ele quiser seguir, ele vai ter todo o meu apoio para aquilo que ele julgar importante, colaborar para a nossa cidade e para o nosso estado", disse.
O presidente do PSB-PE, Sileno Guedes, e o líder da bancada de governo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Isaltino Nascimento (PSB), já apontaram Geraldo Julio como candidato ideal do PSB.
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Planalto
Sobre o cenário nacional, o prefeito do Recife também condenou o debate sobre candidatos de forma antecipada, segundo ele. Para o prefeito, falta um projeto estruturado que solucione problemas urgentes na área de infraestrutura, enfrentamento das desigualdades regionais, mobilidade, empregabilidade da população jovem, segurança urbana, etc.
"Em relação do próximo ano, já que o tema vem à tona, a gente precisa muito mais discutir projeto do que nome. Eu particularmente defendo que o PSB possa sim ter um protagonismo, possa ajudar na construção desse projeto e que a gente discuta o que é que a gente quer para o Brasil. Ultimamente as pessoas tem discutido muito mais quais são os nomes que poderão estar a disposição para disputar a eleição do que o que a gente deseja", disse.
O PSB até então não capitaneou nenhuma candidatura própria a presidente para 2022. Os nomes da presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano e até de Luciano Hulk já foram ventilados, e mais recentemente o do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, que ensaiou sair candidato em 2018 mas acabou desistindo.
"Eu mudaria a ordem do debate e reafirmo que o PSB deve ter um protagonismo e discutir os seus quadros. O quadro de Joaquim é um quadro importante, agora naturalmente primeiro deve partir da vontade dele de querer fazer essa discussão e poder colocar as suas ideias, os seus conjuntos de valores e eventualmente seu nome à disposição", afirmou João.
Em 2018, a sigla adotou formalmente neutralidade na disputa - ou seja, não integrou nenhuma coligação - mas na prática isso implicou no apoio político das lideranças ao então candidato Fernando Haddad (PT). Depois de um rompimento em Pernambuco entre PT e PSB nas eleições de 2020, os socialistas voltam a serem cortejados pelos petistas, mas ainda com o PDT também no páreo.
Que o ex-presidente Lula e o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT) já se colocam como pré-candidatos. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, esteve em Pernambuco recentemente e foi recebido por Campos e por Paulo Câmara.
A resistência maior por parte de Campos, porém, é mesmo em relação ao PT. Questionado se receberia Lula na visita que deve fazer a Pernambuco em Agosto, ele diz não haver qualquer objeção.
"Naturalmente, se tiver uma eventual visita do ex-presidente Lula ou de qualquer liderança que venha aqui e se nós formos procurados, a gente pode dialogar, não há problema em dialogar, conversar na política. Isso não necessariamente representa que você concorda com tudo que essa pessoa acredita ou que necessariamente você tem algum desejo ou pretensão de apoiar uma liderança política na eleição, adiantou.