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Bolsonaro chama Barroso de "um imbecil" e volta a defender voto impresso

Cada vez mais irritado em meio à série de denúncias de corrupção na compra do imunizante e ao crescimento dos atos de rua que pedem seu impeachment, Bolsonaro intensificou nas últimas semanas sua defesa à implementação do voto impresso e, novamente hoje, cogitou a possibilidade de não haver eleições em 2022, caso a proposta não seja aprovada pelo Congresso

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Estadão Conteúdo

Publicado em 09/07/2021 às 13:06 | Atualizado em 09/07/2021 às 13:23
O presidente está internado em São Paulo e passará por nova bateria de exames nesta quinta-feira (15) - ALAN SANTOS/PR
Acuado pela CPI da Covid e pela crescente queda na popularidade, o presidente Jair Bolsonaro atacou mais uma vez o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, que é contrário ao voto impresso. "Um imbecil", disse Bolsonaro em referência a Barroso. "Lamento falar isso de uma autoridade do Supremo Tribunal Federal. Um cara desse tinha que estar em casa", disparou em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada nesta sexta-feira (9).
O presidente atribui a Barroso as articulações políticas junto ao Legislativo para barrar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição do Voto Impresso, de autoria da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF).
Ao ofender Barroso, Bolsonaro adotou hoje o mesmo tom grosseiro de quinta-feira (8) em sua transmissão semanal pela internet, quando disse que não responderia ao pedido de explicações da CPI da Covid sobre supostas irregularidades no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin. "Caguei. Caguei para a CPI. Não vou responder nada", disse.
Cada vez mais irritado em meio à série de denúncias de corrupção na compra do imunizante e ao crescimento dos atos de rua que pedem seu impeachment, Bolsonaro intensificou nas últimas semanas sua defesa à implementação do voto impresso e, novamente hoje, cogitou a possibilidade de não haver eleições em 2022, caso a proposta não seja aprovada pelo Congresso.
"Não tenho medo de eleições, entrego a faixa para quem ganhar, no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não ter eleições no ano que vem, porque o futuro de vocês que está em jogo", disse. E continuou: "Nós não podemos esperar acontecer as coisas para depois querer tomar as providências. "O que está em jogo, pessoal, é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude. Já está certo quem vai ser o presidente do Brasil no ano que vem, como está aí, a gente vai deixar entregar isso?".
Bolsonaro afirmou novamente, sem provas, que houve fraude na disputa à Presidência da República de 2014, apesar de o candidato derrotado no segundo turno daquela eleição, Aécio Neves (PSDB-MG), já ter descartado a hipótese. "Nós vamos ter eleições limpas, pode ter certeza. E eu não participar de fraude não quer dizer que eu vou ficar em casa".
Ele afirmou que dava recado a todos os brasileiros para que "lutem pela sua liberdade". "Não queiram que um homem sozinho resolva o seu problema, é igual um casal, os dois têm que resolver juntos", disse a seus apoiadores.
AI-5
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também foi alvo de insultos de Bolsonaro, que defendeu aquilo que entende como cumprimento do artigo 142 da Constituição, segundo o qual as Forças Armadas devem garantir os poderes constitucionais.
"Se está lá, é pra respeitar. Inclusive, o senhor Alexandre de Moraes tem que respeitar o artigo 142. O cara levanta A-I5. O que é A-I5? Não existe AI-5. E alguns acham que eu estou querendo dar o golpe. Fala pra esse otário que eu já estou no poder", disse o presidente, ao citar Ato Institucional Número 5, o mais duro da ditadura militar.
 

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