Após o recesso, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid deverá focar na convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes. O senador pernambucano Humberto Costa (PT), afirmou que vai cobrar "de maneira mais firme" para que o requerimento, que já havia sido protocolado na comissão, possa ser votado com celeridade. "A cada dia que se passa, vai ficando mais evidente a ação nociva do ministro Paulo Guedes e do seu Ministério da Economia, no processo de aquisição de vacinas para a população brasileira", declarou o parlamentar, em vídeo publicado em suas redes sociais.
"Ele estava mais preocupado em economizar verba do orçamento do que em garantir a vacinação dos brasileiros. Ele tem de vir à CPI da Covid para explicar o seu papel em todo esse processo de aquisição de imunizantes", disparou. Humberto citou a recusa de 70 milhões de doses da empresa farmacêutica Pfizer, em agosto do ano passado. Segundo o parlamentar, o governo federal não quis superar as exigências e condições que a empresa impôs, caso acontecesse efeitos adversos sobre a população que fosse vacinada pelo imunizante.
Em março, o Congresso Nacional aprovou a Lei Nº 14.125, autorizando os estados, o Distrito Federal e os municípios a adquirir vacinas contra a covid-19, assumindo a responsabilidade civil em relação aos efeitos pós-vacinação. "E agora já está ficando claro que essa decisão poderia ter sido tomada antes, já no início de janeiro de 2021. Ela não foi tomada porque o Ministério da Economia, não somente tinha receio que sobrasse indenizações e pagamentos no futuro, como também estava preocupado com a situação fiscal", disparou Humberto Costa. "Se for confirmado, isso é um crime, pois foi responsável por não permitir que a população tivesse uma parcela ainda maior vacinada até agora", completou. Vice-presidente da CPI, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também protocolou um requerimento pedindo a convocação de Paulo Guedes.
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O ministro da Economia chegou a admitir que a o ministério não previu a continuidade da pandemia após 2020. A pasta encaminhou um ofício, no dia 1º de julho, à CPI da Covid-19, informando que não destinou recursos específicos para o combate à pandemia no Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2021, justamente porque não havia perspectiva de "continuidade bem como o recrudescimento da pandemia, no patamar atingido em 2021". O Ministério da Economia justificou que não se tratou de "má-fé, foi um engano".