'Nós estamos e vamos continuar na oposição', diz Miguel sobre rumores de uma reaproximação dos Coelho com o PSB
Prefeito de Petrolina deseja ser candidato ao Governo de Pernambuco em 2022, mas comenta-se que o seu grupo político estaria se reaproximando da Frente Popular
Em meio aos boatos de que o seu grupo político poderia restabelecer a aliança que possuía com o PSB em Pernambuco, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), rechaçou nesta quinta-feira (12) a possibilidade de uma reaproximação e afirmou que a oposição do Estado está mais unida do que nunca. "As pessoas estão muito ansiosas ou ociosas, o que é pior ainda, porque ficam com a imaginação vaga, fazendo especulações meramente imaginárias e que não têm nenhum tipo de fundamento e cabimento", cravou o gestor, que nutre o desejo de concorrer ao governo estadual em 2022, durante entrevista à Caruaru FM.
Além de Miguel, o seu pai, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), e um dos seus irmãos, o deputado federal Fernando Filho (DEM), eram filiados ao PSB até que, em 2017, a família rompeu com os socialistas. Desde que filiaram-se ao MDB, em 2018, Miguel e FBC tentam levar o partido para a oposição, mas têm enfrentado forte resistência do grupo do senador Jarbas Vasconcelos na sigla. Na última terça (11), Miguel reuniu-se com o presidente nacional da agremiação, Baleia Rossi, para tentar viabilizar a sua candidatura ao governo, mas até o momento não fez nenhum balanço do encontro.
>> Bolsonarismo em Pernambuco não marchará com Miguel Coelho, diz Coronel Meira
Alguns gestos dos Coelho, porém, têm levado observadores da política pernambucana a acreditarem em uma recomposição deles com a Frente Popular, como as críticas que FBC fez ao desfile militar que ocorreu na capital federal às vésperas da discussão do voto impresso no Congresso e o fato de Fernando Filho ter votado contra este mesmo projeto. Fernando Bezerra é líder do governo Bolsonaro no Senado, enquanto o PSB e seus principais aliados fazem oposição frontal ao presidente da República.
"Não dá para achar que as pessoas não têm opinião. Eu sou de uma escola política de que a gente respeita as opiniões diferentes e nem por isso você briga. Muito pelo contrário, eu acho que é por essa divergência de ideias que você tem um fortalecimento da democracia e, principalmente, que você tem um exercício de fortalecimento de todo um trabalho em equipe. O senador tem imagem própria, ele tem história própria e opinião própria. Assim como o deputado federal Fernando Filho, como eu tenho, como Raquel (Lyra, PSDB) tem, como Anderson (Ferreira, PL) tem e nós temos que respeitar isso. Não é por conta de um tema específico que você vai ter qualquer tipo de especulação. Eu quero ser bastante claro: nós, da oposição, estamos unidos e trabalhando juntos no sentido de mudar Pernambuco. (...) Nós estamos e vamos continuar no bloco de oposição, não há qualquer chance de reaproximação com a Frente Popular", disparou o prefeito sertanejo.
A respeito das críticas que Fernando Filho recebeu de aliados de Bolsonaro por votar contra o voto impresso, Miguel saiu em defesa do irmão e afirmou que a proposta foi derrubada não pelo voto de um parlamentar, mas pela maioria deles. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) foi rejeitada pelo plenário da Câmara dos Deputados por 229 votos a favor e 219 contra. Para ser aprovado, o projeto precisaria de, pelo menos, 308 votos favoráveis.
"A gente tem opiniões próprias e entendemos que a votação da última terça-feira não é relacionada ao voto auditável ou sobre o processo de transparência. Todos nós, brasileiros, somos a favor do processo democrático transparente e auditável. Não há nenhuma dúvida quanto a isso. Mas o que foi pautado e apreciado pela Câmara Federal era em relação ao voto impresso e aquilo foi derrotado. E não foi derrotado com um voto, mas pela maioria dos votos. Como o próprio presidente da Casa disse, esse assunto está encerrado, vamos para a próxima pauta. (...) Eu não vejo nada demais, até porque você não pode achar que o futuro político da nação se resume a uma votação. Todo gestor público e toda liderança política tem uma história e você precisa avaliar o conjunto e não um caso específico", declarou Miguel.