O reverendo Amilton Gomes de Paula admitiu que havia uma expectativa de a Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) receber uma doação ao intermediar o acesso da empresa Davati ao Ministério da Saúde. A Davati tentou vender vacinas ao governo sem comprovar a capacidade de entregar as doses.
- CPI da Covid: Rosa Weber mantém quebra de sigilo contra assessores e ex-superintendente
- CPI da Covid pauta pedido de convocação de Braga Netto para terça-feira, 3
- CPI da Covid volta com quase 400 requerimentos pendentes
- CPI da Covid pode convocar ministro da Defesa e quebrar sigilo do líder do governo na Câmara
Em depoimento na CPI da Covid, o reverendo declarou que acionou o ministério apenas de forma formal, por meio de e-mails institucionais, e negou ter alguma relação que tenha facilitado os contatos dele na negociação. A versão causou estranheza de senadores, que suspeitam de favorecimento do governo. O pastor alegou que não recebeu aval de nenhuma autoridade pública para a intermediação.
Ao ser questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), ele afirmou que não fez nenhum acordo com a Davati, mas admitiu conversas sobre uma doação para a ONG que representa. "Não foi estabelecido nenhum valor. Desde o início, falava-se sobre doação", declarou. De acordo com o reverendo, a atuação dele era apenas "humanitária". Ele negou conhecer pessoas no governo ou pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro. "O nosso interesse era extremamente humanitária." O reverendo disse ainda que "doação não é ilegal, não caracteriza vantagem."