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"Nossas instituições têm sido agredidas diariamente e isso preocupa demais", diz Paulo Câmara sobre Bolsonaro durante reunião com governadores

Os governadores querem propor uma agenda com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e com os outros chefes de Poderes

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Estadão Conteúdo

Publicado em 23/08/2021 às 17:32 | Atualizado em 23/08/2021 às 18:07
O governador Paulo Câmara participou da reunião do Fórum Nacional de Governadores que debateu sobre a conjuntura atual do país e a defesa pela democracia - HEUDES RÉGIS/SEI

O Fórum de Governadores do Brasil, em reunião nesta segunda-feira (23), definiu que será solicitado uma agenda com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), em uma tentativa de estabelecer o diálogo mais pacífico com o governo federal. Durante o encontro - em que a maioria dos governadores de 25 estados, participaram de forma remota - houve críticas sobre as recentes declarações de Bolsonaro não só ao Supremo Tribunal Federal, que culminou no pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, na última sexta-feira (20), mas aos próprios chefes do Executivo. 

"Nossas instituições têm sido agredidas diariamente e isso preocupa demais. Há uma tônica do governo federal que quer encobrir as suas falhas, a ausência de planejamento com temas que são contrários ao que a população quer. Nós vamos olhar a história dos últimos dois anos e tem discussões sobre cloroquina, voto impresso, agora esses ataques frontais ao Supremo Tribunal Federal e seus membros", declarou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que participou virtualmente do Fórum. 

Ainda de acordo com o governador do Estado, não seria possível deixar "passar em branco" os ataques do presidente da República. "Todos nós de alguma forma já fomos agredidos, de forma covarde e sem nenhum tipo de cerimônia ao cargo que ocupamos. Nós, que temos tanto cuidado ao falar da falta de planejamento desse governo, somos diariamente agredidos das formas mais inadequadas possíveis. Acho que é muito importante termos a capacidade de falar, quando é necessário, não podemos aceitar agressões do governo federal a partir de suas ideias inconstitucionalmente garantidas e não responder", afirmou. 

 

 

A proposta de realizar uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro, também será estendida aos outros representantes de Poderes, segundo sugestão do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). Para o presidente do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias (PT) é preciso que ambos os lados estejam dispostos a conversar de fato. 

"Precisamos tratar de uma pacificação, de uma serenidade. Garantir a condição de criar um ambiente de confiança. Veja que o País tem uma situação que cria hoje um ambiente em que investidores que estavam programados para investir no Brasil, começam a colocar um pé atrás. Isso num País que precisa gerar emprego. Gerar renda. Ter mais empreendimentos. É um momento de grandes oportunidades para o Brasil. E o Brasil não pode ficar numa guerra interna entre as autoridades", explicou Dias. 

Por outro lado, os governadores que possuem alinhamento com o governo federal, também pontuaram críticas com relação as prisões e investigações tomadas pelo STF.  "O momento que o País passa é muito ruim. E eu acho que quando aparece alguém que queira fornecer ponte em vez de explodir as pontes isso pode ser uma saída para restabelecer um ambiente. Porque todos têm de reconhecer que não está bem essa história do presidente agredir o Supremo e o Supremo sai prendendo apoiadores do presidente. Isso não está bom para ninguém e não é a pauta que nós queremos para o País", destacou o governador do Distrito Federal,  Ibaneis Rocha (MDB), que tem relação próxima com o presidente. 

 Além do debate sobre a conjuntura atual e a defesa da democracia, o Fórum Nacional de Governadores também tratou dos temas: riscos ao pacto federativo e governança climática. 

 

 

 

 

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