Presidente do PSDB-PE e prefeita de Caruaru, no Agreste, Raquel Lyra defendeu um novo projeto para Pernambuco, pois, na visão da gestora, o PSB - do governador Paulo Câmara - não consegue mais responder aos anseios da população do Estado.
Cotada para disputar o Governo do Estado no próximo ano, Raquel concedeu entrevista à Rádio Jornal Petrolina e voltou a dizer que não é o momento de se falar em nomes para a candidatura, mas, sim, de tentar um consenso sobre qual caminho a oposição vai seguir em 2022 e qual o projeto será apresentado aos eleitores.
O governo que está aí (de Paulo Câmara) precisa responder aos pernambucanos sobre suas omissões, seus déficits, sobre aquilo que não conseguiu devolver ao povo pernambucano, que depositou um voto de esperança e fé. Não conseguiram devolver em trabalho que pudesse mudar a vida do povo.Raquel Lyra sobre gestão do Governo de Pernambuco
O PSB, que já foi o partido de Raquel Lyra, está a frente do Governo de Pernambuco desde 2007. A prefeita de Caruaru aponta que houve um período de entregas importantes por parte dos socialistas, mas que hoje o cenário é outro.
"Ele (o governo do PSB) não consegue mais responder aos anseios da nossa gente, tive oportunidade de ser secretária e deputada quando Eduardo Campos era governador e houve mudança relevante na educação, no redesenho da saúde, geração de emprego, mas o projeto não é mais aquele que estava lá atrás, não responde mais, deixou de entregar", afirmou a tucana.
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A prefeita ainda alfinetou o Plano de Retomada Econômica do Governo de Pernambuco. "Tem um movimento do governo de buscar fazer visitas no interior, no Sertão, no Agreste, fazendo anúncio de editais, ordens de serviço, claro que investimentos são importantes, mas parace pouco diante da necessidade do nosso povo. O sentimento é de que falta um projeto estruturador", destacou.
O Governo de Pernambuco anunciou no início de agosto deste ano que pretende investir R$ 5 bilhões até o final de 2022 para a geração de 130 mil novos empregos, com o Plano Retomada. O anúncio do programa foi feito pelo governador Paulo Câmara. Desde então, o governador vem tendo agendas pelo Interior fazendo anúncio ao lado de aliados.
Oposição
O grupo de oposição ao qual Raquel faz parte conta com diferentes pré-candidatos ao Estado. Além dele, os prefeitos Anderson Ferreira (PL), de Jaboatão dos Guararapes, e Miguel Coelho (DEM), de Petrolina, estão se colocando para a disputa.
"O trabalho que a gente vem fazendo nas cidades de Caruaru, Jaboatão e Petrolina, é que nos projeta para ter o nome lembrado para eventuais disputas do ano que vem. Mas, antes de definição de nome, precisamos discutir um projeto para Pernambuco que dialogue com o futuro da nossa gente. O momento é crítico, com caldo de crise econômica, sanitária, desemprego", comentou Raquel.
A prefeita vem destacando que Pernambuco pode avançar em outro ritmo e citou como um dos desafios, não só para Pernambuco, mas para o Brasil, o déficit de aprendizagem que se criou com a rede de ensino paralisada por conta da pandemia de covid-19. Segundo Raquel, cabe à oposição ter esse projeto que dialogue com o futuro.
Mesmo que não queira falar sobre nomes, Raquel tem respaldo do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, para buscar a candidatura. O presidente tucano, mais de uma vez, afirmou querer a aliada disputando o Palácio do Campo das Princesas. Por ora, Raquel diz que vem trabalhando para fortalecer partido em Pernambuco e trabalha para a montagem de chapas para eleger deputados no próximom pleito.
Bolsonaro
Na entrevista, Raquel ainda comentou as declarações do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, no 7 de setembro. O discurso do chefe do Executivo, de ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), inaugurou mais uma crise entre os poderes no País.
O partido de Raquel, o PSDB, inclusive, lançou nota anunciando ser oposição a Bolsonaro após as falas e abriu conversas sobre a viabilidade de um pedido de impeachment contra o presidente. "Tivemos crise essa semana, teve recuo importante do presidente (Bolsonaro) de embates que não respondem às necessidades do povo, cria crises profundas em um momento que precisamos de união", disse a prefeita.