Após os protestos organizados por movimentos como o MBL e o Livres no último domingo (12) em várias cidades do País, inclusive no Recife, pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o PT iniciou uma mobilização das suas bases para a realização de novos atos contra o militar da reserva, que devem ocorrer no dia 2 de outubro. O partido do ex-presidente Lula e outras legendas de esquerda, como o PSOL, decidiram não participar das manifestações do último domingo devido a divergências ideológicas com os seus organizadores.
"Anota aí! Dia 02/10 estaremos nas ruas na defesa da democracia, emprego, renda, justiça social e #ForaBolsonaro", afirmou o deputado federal e vice-presidente do PT, José Guimarães, em post no Instagram. O último protesto contra o presidente do qual o PT participou oficialmente foi o Grito dos Excluídos, no dia 7 de setembro.
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Em nota assinada pelo Diretório Nacional, a sigla afirmou, no último domingo, que "o momento exige luta para derrotarmos o projeto neofascista (de Bolsonaro) e isso só ocorrerá com trabalho de base, capacidade de mobilização de massa, programa nítido, campanhas permanentes e luta concreta". Por isso, diz o documento, a legenda conclama a sua militância, lideranças, os diretórios estaduais e municipais e as bancadas parlamentares a se organizarem para participar do calendário de mobilizações pensado pela Nacional.
A programação começa nesta terça-feira (14), com o "Dia de Mobilização do Serviço Público contra a Reforma Administrativa". Em 19 de setembro, domingo, ocorre o "Dia da Lei Orgânica do SUS, Ato da Saúde pela Vida".
Em 2 de outubro, o partido realiza o "Ato Nacional pela Soberania, Democracia, Direitos do Povo e Fora Bolsonaro! Impeachment Já!". Já no dia 16 de outubro, o grupo de movimentará pelo "Dia Mundial da Alimentação".
Atos esvaziados
Os protestos realizados no último domingo por todo o País acabaram tendo baixa adesão, muito embora lideranças como os presidenciáveis Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) tenham participado das manifestações. Dias antes, membros do MBL e de outros movimentos até tentaram convencer partidos e líderes da esquerda a participarem do ato, mas a maior parte deles preferiu não se envolver.
"A Executiva Nacional do PSOL informa que o partido não é organizador, não convoca e nem participará da manifestação do dia 12 de setembro. Nosso partido faz parte da campanha nacional pelo Fora Bolsonaro, que em breve definirá seu calendário. Seguimos em debate com os partidos de oposição para a construção de uma manifestação ampla pela saída de Bolsonaro nas próximas semanas e nos dedicaremos a essa tarefa", detalhou o PSOL, na sexta-feira (10).