De férias com a família, o presidente Jair Bolsonaro justificou nesta quinta-feira (30) a decisão de seu governo de rejeitar a ajuda oferecida pela Argentina após as inundações devastadoras na Bahia, alegando que "não seria necessária neste momento".
Bolsonaro afirmou no Twitter que "o fraterno oferecimento argentino, porém muito caro para o Brasil, ocorre quando as Forças Armadas, em coordenação com a Defesa Civil, já estavam prestando aquele tipo de assistência à população afetada".
"Por essa razão, a avaliação foi de que a ajuda argentina não seria necessária naquele momento, mas poderá ser acionada oportunamente, em caso de agravamento das condições", disse o presidente, que mantém tensa relação com o governo do argentino Alberto Fernández.
O presidente de extrema direita acrescentou que seu governo "está aberto a ajuda e doações internacionais" e informou que o Itamaraty aceitou doações de barracas, colchões e cobertores da Agência de Cooperação do Japão (JICA, na sigla em inglês), entre outras organizações.
Na segunda-feira, o embaixador argentino em Brasília, Daniel Scioli, ofereceu a ajuda de seu governo ao Brasil no combate aos dramáticos efeitos das enchentes causadas pelas fortes chuvas dos últimos dias, que até agora deixaram 24 mortos, 90 mil desabrigados e várias estradas destruídas na região sul da Bahia.
O líder argentino Alberto Fernández é aliado do ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, provável adversário de Bolsonaro nas eleições do próximo ano e a quem as pesquisas atribuem uma vitória confortável.
"É lamentável você ver um presidente que não ajuda recusar ajuda de outras pessoas", lamentou no Twitter o ex-presidente.
Embora tenha enviado vários ministros e liberado recursos para a reconstrução de rodovias, Bolsonaro foi duramente criticado por continuar de férias com sua família no sul do Brasil e por não ir pessoalmente à área do desastre, sobre a qual sobrevoou em 12 de dezembro.