Após o último pronunciamento, na véspera do Natal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a usar a cadeira nacional de rádio e TV nesta sexta-feira (31). Desta vez, Bolsonaro não só desejou uma boa virada de ano aos brasileiros, mas também teceu críticas aos governadores e ao passaporte vacinal e defendeu seu mandato quanto à atuação na pandemia e investimentos feitos no País. Ao longo da transmissão, que durou seis minutos, o chefe do Planalto foi alvo de panelaço no Recife e em outras cidades do País.
"Com a política de muitos governadores e prefeitos de fechar comércios, decretar lockdown e toque de recolher, a quebradeira econômica só não se tornou uma realidade porque nós criamos o Pronampe [Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte] e o BEm [Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda]", disse o presidente.
Para 2022, o presidente disse que, na área de infraestrutura, já há mais de R$ 800 bilhões contratados pela iniciativa privada que devem garantir a geração de milhões de empregos. "Isso é uma prova de que conquistamos a confiança dos investidores, brasileiros e estrangeiros, o que possibilitará, também, a redução da inflação, consequência da equivocada política do ‘Fica em casa. A economia a gente vê depois’".
A fala foi gravada na última segunda-feira (27), antes de Bolsonaro viajar para férias em Santa Catarina, pelas quais foi duramente criticado em função de não acompanhar de perto a assistência dada à Bahia enchentes históricas.
O presidente também voltou a defender a vacinação de crianças de 5 a 11 anos só com o consentimento dos pais e criticou o passaporte da vacina.
"Não apoiamos o passaporte vacinal, nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar", disse. "Defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada", completou. Ele relembrou também a distribuição de 380 milhões de doses de vacina contra a covid-19 neste ano.
Sobre as chuvas intensas que atingiram a Bahia e o norte do estado de Minas Gerais, o presidente afirmou que, desde o início da calamidade, determinou que o ministro da Cidadania, João Roma, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, prestassem apoio total aos moradores dos municípios atingidos.