O processo de escolha do candidato do PSB ao Governo do Estado tem sido enfatizado sob um discurso de que a decisão será feita com base em um partido unido. Mas, até esse anúncio ser feito pelo governador Paulo Câmara - que deu como prazo até o fim de janeiro - algumas movimentações não têm passado despercebidas, como a defesa ou “insistência” pelo nome do ex-prefeito do Recife e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio, como candidato à sucessão.
A deputada estadual e presidente da Comissão de Negócios Municipais da Alepe, Simone Santa, disse em entrevista ao Blog do Alberes Xavier, nessa terça-feira (4), que o nome de Geraldo Julio é “legítimo e natural”. Não por acaso, essas declarações públicas de apoio ao então candidato natural do PSB, ocorrem na semana seguinte à manifestação do prefeito do Recife, João Campos, durante a celebração da Missa de Ação de Graças, no dia 30 de dezembro, enaltecendo a gestão do seu antecessor e reforçando os laços de amizade que os dois mantêm.
“Sempre externei minha relação com o prefeito Geraldo Julio, uma relação muito fraterna, muito próxima do ponto de vista político e pessoal, e o que sempre disse é que respeitarei qualquer decisão que ele venha a tomar. Em qualquer decisão que ele tome, terá meu integral apoio. Digo isso e repito, ele foi um grande prefeito da Cidade do Recife, é uma grande figura pública, tem um legado importante, e a decisão que ele tomar junto com o partido, terá meu apoio integral”, declarou João Campos, na ocasião.
Por outro lado, dentro do partido há quem enxergue esse movimento como um fato isolado, já que o próprio secretário estadual de Desenvolvimento Econômico declarou que não é candidato a governador e que o assunto “estaria encerrado”. Além disso, a ausência de Geraldo nas agendas pelo interior do Estado e até das iniciativas com relação ao enfrentamento da covid-19, reforçam a tese de que ele não deve mesmo encabeçar a chapa majoritária.
A motivação, segundo informações de bastidores, seria para atender o desejo da própria família do ex-prefeito que não quer que ele saia candidato nestas eleições. “Ele já disse que não quer e nunca vi na política, pedir votos para quem não deseja ser candidato. Agora, é mais fácil apontá-lo, por ele ser o candidato natural do PSB. Uma forma de não tomar partido dos outros nomes que estão sendo discutidos”, afirmou um socialista, em reserva.
Entre os outros nomes que estão sendo cotados como alternativa a Geraldo, estão: o secretário da Casa Civil, José Neto, e os deputados federais Tadeu Alencar e Danilo Cabral.