Eleições 2022

Senador e vice de Danilo Cabral devem ser definidos após Carnaval

O governador Paulo Câmara afirmou aos aliados da Frente Popular que discussão sobre a formalização da chapa será concluída em março

Mirella Araújo
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Mirella Araújo
Publicado em 14/02/2022 às 19:24
REDES SOCIAIS/ANDRÉ DE PAULA
O governador Paulo Câmara está formalizando o anúncio do nome de Danilo Cabral aos partidos da base do governo - FOTO: REDES SOCIAIS/ANDRÉ DE PAULA
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Com a formalização da candidatura do deputado federal Danilo Cabral (PSB) para o Governo do Estado na próxima semana, os debates sobre a composição do restante da chapa serão feitos apenas em março, após o Carnaval. Havia expectativa de que no rito de oficialização do anúncio, os candidatos ao Senado e a vice, também pudessem ser apresentados, mas essa tem sido uma articulação mais trabalhosa e encarada com um tempo maior para ser finalizada.

Aliados dos socialistas, em reserva, afirmam que qualquer antecipação com relação ao restante da chapa poderá dar ainda mais “artilharia” para a oposição tentar desgastar a imagem dos candidatos. Um dirigente relembra que se o candidato fosse uma escolha natural do processo, esse anúncio seria feito no fim do primeiro semestre, como ocorreu com Geraldo Julio, quando foi anunciado pelo então governador Eduardo Campos, em 2012, preservando o candidato a uma exposição.

No caso de Danilo, seu nome surgiu diante de um fato que o PSB não estava contando: o reiterado posicionamento do ex-prefeito do Recife, de que não seria candidato a governador. Pressionado, o partido teve que acelerar o debate interno e com os partidos da Frente Popular para cravar uma solução.

Nesta segunda-feira (14), o governador Paulo Câmara (PSB) se reuniu com os presidentes estaduais do PDT (Wolney Queiroz), MDB (Raul Henry), PSD (André de Paula), Republicanos (Silvio Costa Filho) e o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros (PP), para cumprir com os trâmites burocráticos desta primeira etapa. Também participaram das reuniões no Palácio do Campo das Princesas, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, e o secretário da Casa Civil, José Neto.

“Paulo conquistou a condição de coordenador desse processo sem ameaça de ruptura, sem grandes pressões. Ele está tocando com muita serenidade essas discussões e disse que vai resolver tudo até março”, afirmou o deputado federal Raul Henry.

O PSB ainda está definindo o local e a data que irá ocorrer a solenidade de consagração do nome de Danilo Cabral - deverá ser dia 21 ou 25 de fevereiro, por serem dias em que os deputados federais estão presencialmente no Estado. No último sábado, representantes da alta cúpula do partido, entre eles o prefeito do Recife João Campos, estiveram reunidos para traçar a estratégia que será montada a partir de agora.

Tendo sua participação mais ativa nas articulações para a montagem na chapa, Cabral tem a difícil missão de conseguir equacionar os interesses dos partidos que estarão em seu palanque. O principal impasse é sobre o candidato ao Senado, que conta com ao menos seis agremiações de olho na única vaga para o Estado.

“Do ponto de vista da minha pretensão, o meu projeto e do PSD é que eu esteja no Congresso Nacional nos próximos quatro anos. Quer seja no Senado, que é a maior pretensão, ou na Câmara dos Deputados. O partido entende que minha participação no Congresso Nacional é relevante e prioritária, isso sem desmerecer qualquer outra missão, todas são honrosas”, afirmou André de Paula, em conversa com o JC.

A fala do dirigente pessedista descarta a especulação de que ele poderia vir a ser o candidato a vice na chapa que será liderada pelo PSB. Nos bastidores socialistas, entre outros pré-requisitos, André de Paula tem um bom trânsito na Câmara, o que é visto como ponto favorável a sua escolha para senador. Questionado sobre os critérios que podem ser decisivos na escolha desse postulante, André disse apenas que caberá ao governador elencá-los e esclarecê-los após sua definição.

Já o deputado federal Wolney Queiroz reafirmou que é necessário ter uma representação ligada às regiões do interior do Estado, pelo fato de os nomes colocados no campo da oposição - a prefeita de Caruaru Raquel Lyra (PSDB) e o prefeito de Petrolina Miguel Coelho (União Brasil) - acabarem tendo uma atuação reverberada em muitos municípios.

O fator Lula também dá um outro peso para essa discussão, quando o presidenciável afirma que o PT teria direito a fazer essa indicação. Entre os nomes que estão sendo discutidos na legenda estão: os deputados federais Marília Arraes e Carlos Veras, o ex-deputado estadual Odacy Amorim e a deputada estadual Teresa Leitão.

A parlamentar também teve seu nome cotado para ser a vice-governadora, mas já havia dito que a busca do PT é por priorizar sua representatividade na Câmara dos Deputados. Inclusive, Teresa já ressaltou em outros momentos, que não dá nenhum passo no partido sem discussões internas, a exemplo da sua candidatura a deputada federal, que foi validada em plenária. Outra questão que não fará os petistas desistirem de ocupar a majoritária, é que não seria um bom caminho ocupar a vice porque, caso Lula seja eleito em outubro, ele precisará de governabilidade no Poder Legislativo.

APOIOS

Após o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se antecipar à fala que era esperada ser feita pelo governador Paulo Câmara, e confirmar nas redes sociais que Danilo Cabral seria o pré-candidato do partido, o parlamentar tem recebido diversas demonstrações de apoio.

“Hoje tive o prazer de receber o deputado federal Danilo Cabral. Conheço Danilo há muitos anos, já trabalhamos juntos em várias campanhas e governos. É testado e aprovado na política e na gestão. Danilo reúne todas as condições para ser um grande candidato e um grande governador”, publicou o ex-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Julio.  O encontro sinaliza um gesto importante para demonstrar que o partido está unido em torno desse projeto político que já perdura por 16 anos no Estado. 

 

 

 

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