Matéria atualizada às 20h30
A deputada federal Marília Arraes se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta segunda-feira (21), em São Paulo, para falar sobre sua situação no Partido dos Trabalhadores (PT) após ter seu nome indicado para ser a candidata a senadora na chapa liderada pelo pré-candidato a governador, Danilo Cabral (PSB).
Por nota, a parlamentar petista não deu qualquer indício sobre o seu futuro político, afirmou apenas que conversou com Lula sobre o cenário eleitoral de Pernambuco, reafirmando seu compromisso na eleição do líder petista.
"Tive uma boa conversa política hoje em São Paulo com o presidente Lula. Conversamos sobre o quadro político nacional, analisamos a situação eleitoral em Pernambuco e as alternativas que se colocam no Estado, reafirmando o compromisso com a candidatura do presidente Lula para reconstruir o país."
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De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, a conversa entre os dois teria durado cerca de uma hora e meia. A deputada federal disse que mantém sua decisão de deixar o partido para concorrer como candidata a governadora de Pernambuco.
Ela tem afinado o diálogo com o Solidariedade, sob a direção do deputado federal Paulinho da Força, que nacionalmente deverá apoiar presidenciável petista. Ainda segundo informações da Folha de São Paulo, ela deverá ter um encontro nacional com Paulinho da Força, em Brasília, e após seu retorno a Pernambuco é que anunciará a filiação ao partido.
Durante o encontro, havia uma expectativa de que Lula pudesse convencer Marília a ficar no PT e disputar uma vaga no Senado Federal. Em um comunicado divulgado nesse domingo (20), ela afirmou que o fato de o PT de Pernambuco ter indicado seu nome para concorrer a Casa Alta, revelou "descuido com o tratamento de um assunto tão sério e uma precipitação sem limites".
Marília Arraes afirma que não foi consultada e nem autorizou que a negociação estivesse sendo feita e relembrou o período de desgaste entre o PT e o PSB, em outros pleitos e que foi acentuada nas eleições municipais de 2020, onde levou a disputa para o segundo turno contra João Campos - que acabou sendo eleito prefeito.
“Em 2018, o acordo de cúpula PT/PSB, impediu a minha candidatura ao Governo do Estado, quando liderávamos todas as pesquisas de opinião. Em 2020, nas eleições para a Prefeitura do Recife, a cúpula do PT fez de tudo para inviabilizar politicamente a minha campanha, o que ajudou a dar a vitória ao adversário. E agora, indelicadamente, usam o meu nome, como massa de manobra. Tudo isso não é compatível com o bom senso que deve nos nortear na política", declarou a deputada.
Nos bastidores, tem se pontuado que Marília possa sair candidata a senadora por outra chapa ou até mesmo candidata a governadora. Nos dois cenários, ela continuaria a pedir votos para a campanha do ex-presidente Lula. No entanto, o PT nacional já tomou conhecimento que a possibilidade de um palanque duplo no Estado é algo impensável por parte do PSB.