O prefeito do Recife João Campos (PSB), utilizou suas redes sociais para se pronunciar sobre a saída do ministro da Educação Milton Ribeiro, oficializada nesta segunda-feira (28). Segundo o prefeito, é necessário rigor na investigação das denúncias envolvendo o ex-ministro, suspeito de favorecer pastores que cobram propina para intermediar recursos para as prefeituras.
"A saída do ministro da Educação é só o 1? passo. Denúncias graves têm que ser investigadas com rigor. Não se conduz ministérios com tantas trocas, erros grotescos e escândalos. Precisamos de uma política educacional clara e inclusiva para construir o presente e o futuro do Brasil", declarou João Campos.
Carta
Em carta, ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Milton Ribeiro disse que decidiu pedir exoneração com a finalidade de "de que não paira nenhuma incerteza sobre sua conduta."
Segundo o ministro, ele quer "mais do que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas dele de interferir nas investigações". O ministro disse que seu afastamento "é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política que exigem de mim um senso de País maior do que quaisquer sentimentos pessoais". Encerra a carta com o "até breve" prometendo voltar se sua inocência for comprovada.
A decisão foi tomada após o Estadão publicar uma série de reportagens revelando atuação que o ministro mantinha um gabinete paralelo operado pelos pastores. Em entrevistas ao Estadão, prefeitos contaram que receberam pedidos de propina em ouro em contrapartida para terem demandas atendidas no MEC. Com a demissão, o governo Bolsonaro ( passará por sua quinta gestão diferente do MEC.
Nesta segunda-feira, Estadão mostrou que, em evento do MEC, foram distribuídas bíblias com fotos do ministro Ribeiro, o que pode configurar crime. A compra das bíblias também era parte de pagamento de propina pedida pelos pastores, conforme relato de prefeitos ao jornal.
Quem deve assumir o MEC no lugar de Ribeiro é o secretário-executivo Victor Godoy Veiga, mas de forma interina.