Números divulgados no Boletim Desigualdade das Metrópoles apontaram que o Grande Recife é uma das áreas metropolitanas do Brasil com o maior percentual de pessoas vivendo com 1/4 de salário mínimo.
Em 2021, a capital e seu entorno mantiveram 39,8% de indivíduos sobrevivendo com R$ 275 per capita, valor que corresponde a 1/4 do salário mínimo vigente no ano passado, de R$ 1.100.
Na Região Metropolitana do Recife, a renda média passou a ser a terceira pior dentre as metrópoles brasileiras: R$ 831,66. No recorte dos mais pobres, é aqui onde a situação de vulnerabilidade mostra-se ainda pior. Já que o Grande Recife detém o título de metrópole onde os mais pobres têm o pior rendimento do País.
Nos próximos meses o assunto deve estar ainda mais em evidência, pois já entramos na pré-campanha da disputa pelo Governo de Pernambuco e os postulantes devem atacar o problema.
O JC ouviu, nesta sexta-feira (8), pré-candidatos ao Governo de Pernambuco sobre possíveis soluções para o problema da desigualdade no Estado. Os planos de governo ainda estão na fase de construção, mas, ainda assim, os postulantes trataram do tema.
Confira o posicionamento de Miguel Coelho (União Brasil)
Os dados são a comprovação de uma política pública que falhou, em um governo (do PSB) que está há 16 anos no Estado e na capital, há 24, ambos mais ou menos na mesma premissa ideológica de política pública e está comprovado que não deu certo. Quem mais sofreu foi a população mais vulnerável, que vive com as maiores adversidades e dificuldades.
Não é a primeira vez, é o terceiro ano que Pernambuco está entre os três piores no indicador de extrema pobreza. O governo falhou na premissa mais básica, que é prover o essencial, o básico, a oportunidade de emprego. É preciso discutir uma nova politica e ver indicadores que possamos trabalhar, criando emprego e investindo em saneamento, infraestrutura, melhorando a qualidade de vida.
Sobre política social, pensamos na renda. As pessoas em extrema pobreza vivem com pouco mais de cem reais por mês no Recife, isso é menos que a subsistência humana, é nível de miserabilidade mesmo. Estamos vendo a matemática, mas esboçamos um programa que dure doze meses, que tenha um ponto de entrada único, que é a fonte de renda, não trataremos com coisas subjetivas. Se não tem como sobreviver com a renda, vamos garantir dignidade. Traremos proposta que não é como Chapéu de Palha, que atua na entressafra, precisamos de doze meses.
E queremos garantir uma porta de saída também, queremos que as pessoas melhorem a qualidade de vida. Mas, a partir do momento que for demitido, se perdeu e não conseguiu retomar a renda, será reinserido. O Auxílio Brasil é custeado pela União, se subir o valor, ajuda, se descer, será pressão nos programas sociais do Estado, mas não dá para fazer premissa agora, o que não pode é o Estado ficar a reboque para só fazer um complemento do auxílio, de uma parcela, como 13º, precisamos de um programa que garanta amparo à classe vulnerável.