Pré-candidato a governador pelo PSB, o deputado federal Danilo Cabral afirmou nesta segunda-feira (11) que os ataques feitos pela campanha do prefeito João Campos (PSB) contra o PT na eleição de 2020 estão, hoje, "em um contexto que não deve ser relevante". Apesar de estarem em campos opostos durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e no último pleito do Recife, quando o apelo ao antipetismo foi fortemente utilizado pelos socialistas no segundo turno, PT e PSB têm trabalhado em uma aliança nacional visando a disputa deste ano. Segundo Danilo, neste momento, do ponto de vista dos partidos, o afastamento das siglas no passado é um fato "superado".
"Com relação ao impeachment, isso é um assunto completamente superado, inclusive a direção nacional do PSB já teve manifestações que reconhecem esse equívoco. Entre os desdobramentos desse equívoco há o próprio Bolsonaro. A direção nacional do PT também reconhece isso como um assunto superado. Nessas questões, eu acho que o que está nos preservando, e eu falo inclusive com relação à eleição do Recife, de João (Campos), é que elas são episódios que estão hoje em um contexto que hoje não deve ser o relevante. O que nos une hoje, de fato, é essa necessidade que nós temos de derrotar o Bolsonaro. É isso que está restabelecendo a nossa liga", observou Danilo Cabral, durante sabatina na rádio CBN Recife. O socialista também fez questão de destacar que é o único pré-candidato a governador apoiado pelo ex-presidente Lula (PT) no Estado.
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De acordo com o parlamentar, a apresentação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), para a vice de Lula (PT), ocorrida na última sexta-feira (8), teria sido mais um importante passo no restabelecimento da boa relação entre os partidos. "O nosso campo político precisa estar coeso e o PSB, até com o ato da sexta-feira, é o primeiro partido político a somar, de forma efetiva, a essa frente ampla. Essas questões locais, e não é só aqui, em várias outras localidades você teve algum tipo de disputa local que pode ter colocado o PSB de um lado e o PT no outro, o PSB de um lado e o PDT no outro, o PCdoB de um lado e o PSB em outro, ficaram circunscritas aos episódio lá de trás. O momento, agora, é da gente olhar pra frente para garantir essa unidade e derrotar Bolsonaro", frisou o parlamentar.
2020
Na eleição municipal de 2020, a campanha do hoje prefeito do Recife, João Campos, foi dura nas críticas feitas ao PT e à candidata do partido no pleito, a deputada federal Marília Arraes, atualmente filiada ao Solidariedade e pré-candidata a governadora. Em debates e inserções publicitárias, o gestor municipal chegou a dizer que não aceitaria a indicação de nenhum petista para cargos na prefeitura da capital pernambucana nos seus quatro anos de governo.
"É de causar estranheza, uma candidata do PT falando em corrupção", declarou João, durante debate promovido pela TV Jornal naquele ano. Em outro momento, o socialista disse que a cidade não poderia "andar para trás", se referindo aos 12 anos em que o PT governou o Recife.