'Nossa inclinação é estar ao lado de Lula', diz André de Paula, pré-candidato do PSD ao Senado

Durante entrevista coletiva que concedeu na manhã desta terça-feira (3), na sede estadual do PSD, em Boa Viagem, o deputado federal André de Paula declarou estar inclinado a votar no ex-presidente Lula (PT) para presidente nas eleições deste ano. Na ocasião, o parlamentar reafirmou que disputará uma vaga ao Senado no pleito de outubro, mas não especificou de qual chapa fará parte. Hoje, em Pernambuco, o PSD integra a Frente Popular, que tem como pré-candidato a governador o também deputado federal Danilo Cabral (PSB).

"Há uma postura do Nordeste de apoio a Lula. Lula é pernambucano, querido, não por acaso tem 67% das intenções de voto no Estado. Ele é o maior eleitor de Pernambuco, nossa inclinação é estar ao lado de Lula", afirmou o deputado, ao ser questionado sobre o seu posicionamento eleitoral.

Nacionalmente, o PSD teria desistido de lançar uma candidatura própria à presidência da República. Há alguns meses a sigla chegou a cogitar apresentar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, ou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para a disputa, mas os planos não foram adiante. Agora, se acredita que a agremiação de Gilberto Kassab vai liberar os Estados para escolherem seus postulantes ao Planalto, focando seus esforços na eleição para o Congresso.

De origem conservadora, André de Paula foi filiado durante muitos anos ao PFL, que depois tornou-se Democratas, hoje União Brasil. O deputado foi favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), da PEC do Teto de Gastos e da Reforma Trabalhista.

Até o momento, a Frente Popular ainda não anunciou quem será o candidato ao Senado pela coligação, mas é praticamente certo que a vaga estará reservada ao PT, que deve indicar a hoje deputada estadual Teresa Leitão para o posto. André de Paula, contudo, vem sendo cortejado por outros pré-candidatos a governador, como a deputada federal Marília Arraes (SD).

O ex-presidente Lula é o candidato a presidente tanto de Marília quanto de Danilo Cabral.

Questionado na coletiva se pode deixar a coligação liderada pelo governador Paulo Câmara (PSB), o parlamentar foi evasivo e não cravou nenhum posicionamento futuro, declarou apenas que a política "é feita de passos".

Ao se referir a Marília, no entanto, André de Paula frisou que ela tem se mostrado competitiva nas últimas pesquisas de intenção de voto. "As pesquisas dizem ela é candidata forte, a construção que ela tem na vida pública, a credibilidade que ela tem, não tenho dificuldade em ver virtudes nos adversários. Ela é amiga de ordem pessoal, mas amizade não se confunde com política. A decisão não levará em conta isso", pontuou.