Pré-candidata ao Senado pelo PT, a deputada estadual Teresa Leitão, participou da posse dos novos secretários estaduais de Cultura, Oscar Barreto, e de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Edilázio Wanderley - fruto de indicação do Partido dos Trabalhadores e que marca o retorno dos petistas a Frente Popular de Pernambuco.
Inclusive, durante a solenidade realizada no Palácio do Campo das Princesas, nesta terça-feira (3), o PT Nacional oficializou a indicação da parlamentar petista para a disputa por uma vaga na Casa Alta pela Frente Popular. De acordo com Teresa, agora “é o tempo do governador” com relação a definição e apresentação da chapa majoritária completa, encabeçada pelo pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB).
“Nós estamos fazendo a nossa parte, o nosso trabalho, as conversas necessárias nessa linha de somar. O PT é o fato novo nessa frente”, declarou. Questionada pelo JC, se a partir de agora a possibilidade de o partido ocupar a vice - composição bastante desejada pelos socialistas - estaria totalmente descartada, Teresa foi enfática ao dizer que “mesmo se o Senado não fosse nosso, nós não sairíamos da Frente”.
“Nós não voltamos para a Frente em um movimento simplório, nós voltamos para a Frente Popular em um movimento articulado com o presidente Lula. Nós voltamos para a Frente Popular em Pernambuco porque Lula largou o palanque nacional com o PSB”, declarou a parlamentar, referindo-se sobre a indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para ser o vice do líder petista.
"O vice de Lula é o PSB. Estamos em plena sintonia com o palanque nacional, então mesmo que o PT não ficasse no Senado, como se cogitou por um tempo, nós não nos retiraríamos da Frente, porque o nosso pleito é o pleito partidário que teve que ter um nome, teve que ter uma avaliação”, completou.
O presidente do PT-PE, o deputado estadual Doriel Barros, também descartou a possibilidade de o partido ser reconduzido para o cargo de vice. "Esse debate já está de alguma forma um pouco superado, o PT vem dialogando a bastante tempo. Não diminuindo a vice, que tem uma importância por fazer parte da chapa majoritária. Mas, o PT de Pernambuco e o Nacional faz uma avaliação de que ele pode contribuir mais na vaga do Senado e que Teresa pode dar essa contribuição e a gente eleger pela primeira vez na história uma mulher senadora de Pernambuco"
DEBANDADA
Teresa Leitão não enxerga a movimentação do PSD como uma movimentação de desembarque do palanque da Frente Popular, mas como um movimento de recomposição do partido. "Nós tínhamos três deputados do PSD que estão em outras siglas. Um veio para a nossa federação, no PV, outro foi para o PSB e o outro foi para o PL", declarou.
"E a posição do PP não é ainda uma posição tomada, mas anunciada. Isso vai competir à coordenação da frente, na pessoa do governador Paulo Câmara, para fazer as conversas necessárias. Essa frente é muito grande, é a maior frente de partidos que a gente tem em Pernambuco e há, nessa frente, muito congraçamento", pontuou Teresa.
Ao lado do também deputado federal Eduardo da Fonte (PP), André de Paula reafirmou, nesta manhã, que disputará o Senado nas eleições deste ano, embora não tenha especificado em que coligação fará isso. Quando questionado se pode vir a desembarcar da coligação do PSB, o deputado federal foi evasivo, e disse apenas que a política "é feita de passos".
O posicionamento de André de Paula não causou surpresa para o PT e por isso, Teresa reafirmou que seu nome foi colocado dentro de uma perspectiva avaliada pela Direção Nacional do partido, para fortalecer Lula em Pernambuco.
"O palanque de Lula é o palanque de Danilo, então uma senadora de Lula neste palanque reforça essa imagem. Paulo Câmara, que é o condutor do processo e está conversando com os outros partidos da Frente Popular e eu tenho certeza que nós temos uma tarefa, uma missão a cumprir nesse momento. Todo mundo critica o governo Bolsonaro. Está na pele das pessoas, na vida das pessoas os malefícios desse governo, então não é possível que a gente perca essa oportunidade de ouro", disparou a petista.
Vale lembrar que o principal argumento contra a candidatura de André de Paula é o seu alinhamento na Câmara dos Deputados com pautas consideradas bolsonaristas. Além disso, ele também votou a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.