A tão aguardada visita do ex-presidente Lula (PT) a Pernambuco, para ajudar a alavancar a candidatura de Danilo Cabral (PSB), acabou se transformando em uma prova de resistência à 'pedrada' para o pré-candidato ao governo do Estado. O corpo a corpo com o povo, ao lado de Lula, seria a chance de conquistar votos e um termômetro de sua popularidade. Mas nem tendo o ex-presidente como 'escudo' foi possível evitar os ataques.
Depois de ser vaiado nos atos públicos de Garanhuns, no Agreste, e Serra Talhada, Sertão, na quarta-feira (20), Danilo foi chamado de golpista e novamente vaiado no Classic Hall agora à noite, nesta quinta-feira (21).
Em Olinda, a temperatura do evento esquentou mais do que no interior. Em alguns momentos parece que o comício tinha sido organizado para a adversária Marília Arraes (SD), que não estava lá, mas se fez presente pela voz do povo, que fazia coro em seu nome.
Os ataques de 'Danilo golpista' constrangeram mais uma vez. O público fez referência ao voto favorável do então deputado federal ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016. Diante da reação da plateia, sentado no palanque, Danilo abria um sorriso sem graça e olhava vez ou outra para o celular.
Recentemente, Danilo Cabral falou sobre o assunto em uma sabatina do UOL com os pré-candidatos ao governo de Pernambuco.
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"Essa é uma questão completamente superada. O PSB já externou publicamente, a direção nacional inclusive, que houve, sim, um erro, um equívoco histórico do PSB na condução do processo de impeachment", reconheceu.
Na época do impeachment, Danilo foi exonerado do cargo de secretário de Planejamento e Gestão de Pernambuco para retornar à Câmara dos Deputados e votar pela saída de Dilma da Presidência da República. Os ataques de golpistas fizeram referência a esse momento da trajetória política do pré-candidato.