Em mais um dia de caos vivido pelos usuários do metrô do Recife, o candidato a governador de Pernambuco e ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), afirmou em sabatina à Rádio Folha que, caso seja eleito em outubro, chamará para si a responsabilidade sobre o modal. O liberal se comprometeu, ainda, a abrir um canal de diálogo com o governo federal para discutir soluções para os problemas que atingem o sistema atualmente.
"Quando você fala em transporte de metrô, a gente também tem que ver o transporte metropolitano, a gente precisa trabalhar integrado. No meu governo (no Executivo estadual) eu vou chamar a responsabilidade para mim", afirmou o candidato.
Anderson Ferreira é o postulante a governador apoiado em Pernambuco por Jair Bolsonaro (PL). Ele governou Jaboatão dos Guararapes - cidade que abriga 9 das 29 estações do metrô do Estado - de 2016 a 2022, ou seja, nos 5 anos em que esteve à frente da gestão municipal, em 3 deles Bolsonaro era o presidente da República.
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Além disso, o atual superintendente da CBTU Recife, Carlos Fernando Ferreira Filho, pertence ao grupo político dos Ferreira e chegou a trabalhar diretamente com Anderson na prefeitura, quando ocupou um cargo na Secretaria de Habitação de Jaboatão.
Apesar disso, quando foi questionado na sabatina sobre ações concretas que tenha executado para tentar solucionar os gargalos que sufocam o metrô, o candidato a governador, visivelmente incomodado com as perguntas, foi enfático ao dizer: "não tente colocar isso no meu colo porque não vai funcionar".
Na visão de Anderson, a responsabilidade pelo sistema metroviário pernambucano, que é federal, deveria ser compartilhada com o Estado, muito embora os munícipes de cidades como Camaragibe e da própria Jaboatão dependam significativamente do modal. "Eu sou (aliado de Bolsonaro), e no meu governo nós vamos estar juntos", declarou, referindo-se à gestão do sistema.
Quando perguntado sobre a atuação de Carlos Ferreira na superintendência da CBTU, o liberal disse que "cada um tem a sua vida própria" e que responderia a pergunta se o aliado ainda fosse seu secretário em Jaboatão.
De acordo com dados do último levantamento do agregador de pesquisas JC/ODDSPOINTER, Anderson disputa o segundo lugar na corrida eleitoral deste ano no Estado, com 10,5% das intenções de voto. No páreo com ele estão Raquel Lyra (PSDB), com 12,1%, e Miguel Coelho (UB), com 9,5%. Marília Arraes (SD) lidera a disputa, com 31,8% da preferência do eleitorado.
Debates
Na entrevista, Anderson também afirmou que cancelou participação no debate da Rádio Cidade de Caruaru, que seria realizado no dia 12 de agosto, porque já tinha outro compromisso agendado no mesmo dia e horário. A candidata do Solidariedade, Marília Arraes, também desistiu de participar do evento.
Ao ser perguntado sobre as críticas de adversários como Danilo Cabral (PSB) sobre o seu movimento, Anderson afirmou que não iria "entrar no jogo" do socialista. "Ali é briga de família, entre Marília Arraes e os Campos. Eles que briguem no quintal deles, entre si. O que não pode é submeter o pernambucano a essa briga familiar", disparou.
Questionado se participará do debate que será promovido na próxima quinta-feira (25) pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Anderson declarou que não sabia a própria agenda de cabeça e não confirmou presença.
Propostas
Ao falar sobre os seus projetos de governo, Anderson disse que quer fazer a estrutura existente no Estado funcionar, o que não estaria ocorrendo graças à falta de iniciativa da atual gestão. "Seremos ousados na atração de investimentos públicos e privados, de parcerias, na interiorização do desenvolvimento por meio do apoio aos polos produtivos e na criação de programas de frente de trabalho para minimizar o sofrimento da população", cravou.
“O nosso maior compromisso, no entanto, é colocar Pernambuco de volta ao trabalho. Nós vamos gerar 600 mil novos empregos nos próximos quatro anos e fazer, em quatro anos, o que não fizeram em oito. Vou ser o governador do emprego”, completou Anderson Ferreira.
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