Eleições 2022

'Não me misture com essa turma', diz Anderson Ferreira em debate, após ser questionado sobre alianças com o PSB e Marília Arraes

Candidato Pastor Wellington lembrou que Anderson já esteve ao lado da ex-petista e de socialistas em eleições anteriores, e perguntou em que palanque o aliado de Bolsonaro estará dentro de dois anos

Renata Monteiro
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Publicado em 26/08/2022 às 16:39 | Atualizado em 26/08/2022 às 18:10
Janaína Pepeu/Divulgação
Primeiro debate de Pernambuco em 2022 foi promovido pela Rádio Liberdade de Caruaru - FOTO: Janaína Pepeu/Divulgação
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Postulante do Partido Liberal ao Governo de Pernambuco, Anderson Ferreira foi confrontado pelo Pastor Wellington (PTB) nesta sexta-feira (26) sobre a sua antiga aliança com a Frente Popular, coligação que dá sustentação ao PSB no Estado, e a respeito do apoio que o PL deu a Marília Arraes (PT) no segundo turno das eleições de 2022 no Recife. O questionamento foi feito durante o primeiro debate de 2022 com os candidatos a governador do Estado, promovido pela Rádio Liberdade de Caruaru.

"Anderson, eu acredito que a verdade deve prevalecer. O eleitorado deve ter as informações corretas e o povo tem cobrado uma postura firme de qual posição você defende, com quem, de fato, você está. Você nasce politicamente na Frente Popular de Pernambuco, nas eleições de 2020 você estava ao lado da candidata Marília Arraes e hoje você está com o presidente Bolsonaro. O povo de Pernambuco quer saber, daqui a dois anos, em qual palanque você vai estar?", perguntou o petebista.

Ao responder à provocação, Anderson destacou que está no mesmo partido há mais de dez anos e, diferentemente da maioria dos seus adversários, nunca foi filiado ao PSB do governador Paulo Câmara. "Eu vou até entender a sua postura, porque a inexperiência toma conta do seu currículo político. Eu estou no PL desde 2010, foi o meu primeiro partido. Todos que estão aqui, tirando João Arnaldo (PSOL), foram do PSB. Então não me misture com essa turma, que é a turma do lado de lá", frisou.

Além de Anderson e Wellington, participaram do debate Danilo Cabral (PSB), Raquel Lyra (PSDB), João Arnaldo (PSOL) e Miguel Coelho (União Brasil). Alegando incompatibilidade de agenda, Marília Arraes não compareceu ao encontro.

Sobre o apoio do PL a Marília em 2020, quando ela ainda era filiada ao PT, Anderson afirmou que a aliança só foi possível porque havia dois candidatos de centro-esquerda na disputa do Recife daquele ano, então o natural foi que os liberais do Estado estivesse na oposição aos socialistas. "Meu candidato na eleição do Recife foi Mendonça Filho (União Brasil). Eu acho que você sabe, porque estava disputando a eleição também, mas se faz de desinformado. No segundo turno, o Recife colocou dois candidatos da esquerda, e meu posicionamento sempre foi muito claro, eu sou contra o PSB. O modelo do PSB de governar está há 8 anos trazendo atraso para Pernambuco", disparou.

Quando comentou a aliança que o seu grupo político tinha com a Frente Popular, o ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes ligou a relação a costuras político-eleitorais. "Quando Eduardo (Campos) estava vivo, no seu segundo mandato, quase todos os partidos estavam em uma única aliança, e para se disputar uma eleição tinha que se estar dentro daquela composição. Quando Eduardo faleceu e colocou dois despreparados para estar à frente do governo (nós deixamos a base)", comentou Anderson.

O liberal disputou seu primeiro mandato para a Câmara Federal em 2011 e foi reeleito 4 anos depois, com o seu partido integrando a Frente Popular. O ex-governador Eduardo Campos faleceu em um acidente de avião em 2014, durante campanha ao Palácio do Planalto, mas Anderson e o seu grupo político só deixaram a base aliada do PSB em 2018, quando o irmão do ex-prefeito, o deputado federal André Ferreira (PL), não conquistou a vaga para o Senado na chapa de Paulo Câmara à reeleição.

Durante o embate entre os candidatos, eles também apresentaram algumas das suas propostas para áreas como saúde, educação e geração de emprego e renda. Anderson Ferreira reforçou, por exemplo, que pretende alavancar a economia local com um amplo programa de investimentos em infraestrutura.

"Nós vamos gerar 600 mil empregos. Isso é compromisso. Vamos atrair novas empresas, vamos começar requalificando as estradas, trazendo água para a torneira da população e para o polo têxtil. Vamos fazer a ligação do ramal leste da transposição, até porque temos o apoio do presidente Bolsonaro", detalhou o postulante a governador.

Por falar no governo federal, em diversos momento do debate, Anderson defendeu o presidente Jair Bolsonaro de críticas feitas pelos seus adversários, e disse acreditar que o povo pernambucano será "grato" ao chefe do Executivo federal quando for às urnas este ano.

"A Rádio Liberdade tentou fazer um debate, mas o que a gente percebeu aqui com muita clareza, é que o que aconteceu foram agressões pessoais. Eu tenho lado. Eu tenho gratidão pelo que o presidente Bolsonaro fez pela minha cidade, pelo meu Estado. (...) Eu fui agredido o tempo todo, mas já sabia que isso iria ocorrer por estar ao lado do presidente. Mas eu vou focar em debater com a população de Pernambuco as nossas propostas e colocar em prática não um plano de governo, mas um plano de ação", declarou Anderson.

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