Durante a sabatina da Rádio Jornal, realizada nesta quinta-feira (11), Marília Arraes (SD) fez acenos aos empresários e sinalizações a setores conservadores. Militante de esquerda e defensora de Lula (PT), a candidata ao Governo de Pernambuco criticou o PSB e tratou de se defender de campanhas de desinformação envolvendo a pauta LGBTQIA+, mas não abandonou a bandeira desse grupo.
Um dos assuntos mais abordados durante a sabatina foi a situação das estradas em Pernambuco. De acordo com relatório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), feito em 2017, o estado tinha ocupa o oitavo pior lugar no Índice de Condição da Manutenção (ICM) do Brasil.
Marília Arraes, nesse sentido, considerou que a má situação das estradas é um dos problemas que afligem os pernambucanos, assim como a saúde, a violência e a falta d'água. O que muda em cada região, na visão da deputada, é a ordem de prioridade.
Nesse sentido, Marília propôs investimentos focados na conservação e defendeu a experiência de Sebastião Oliveira na Secretaria dos Transportes. "ele tem uma grande relação de estradas e obras realizadas, foi secretário não somente de Paulo Câmara, mas também de Eduardo Campos", disse.
Dessa forma, em seu discurso, tratou de separar o Governo Eduardo do Governo Paulo Câmara, afirmando que o atual governador enfrenta dificuldade de competência de gestão. Nesse sentido, indica que o problema parte do Palácio, não da secretaria.
"Precisamos investir na conservação das estradas e tirar municípios do isolamento. No início do projeto do PSB houve essa prioridade, mas hoje esse isolamento volta a acontecer pela falta de conservação nas estradas, inclusive nas BR", disse Marília Arraes.
Ainda sobre a atual gestão, a candidata afirma que Paulo Câmara foi incompetente no sentido de buscar recursos junto ao Governo Federal. Ela aponta que indicadores como um caixa de R$ 5 bilhões e o pagamento em dia de salários do funcionalismo público pouco melhoram a vida da população. A deputada ainda apontou que, com a verba disponível, o PSB comprou apoio político.
Marília Arraes afirmou que, caso tenha essa verba à disposição num eventual governo, concluiria as quatro barragens da mata-sul, ou mesmo os hospitais de Serra Talhada e de Petrolina. A candidata argumenta que trata-se de planejamento, de elencar prioridades e buscar parcerias.
"O governo do estado alega perseguição, mas se recusa a dialogar. O estado do Ceará e Bahia eram governados do PT e não ficaram se lamentando, tiveram competência para ir atrás. O Governo Federal respeita quem é competente, às vezes um aliado que fica patinando não recebe recursos porque não vai conseguir executar. Provavelmente era o que acontecia em Pernambuco", diz Marília.
A deputada, então, recorda dos posicionamentos recentes do PSB com relação ao plano nacional. Afirma que, mesmo com um Governo Federal favorável, como ocorreu na gestão de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), o partido de Paulo Câmara não se beneficiou.
Ao ser questionada sobre a carga tributária e o tratamento do Governo de Pernambuco com empresários, Marília Arraes criticou novamente o PSB. Afirmou que o partido vem adotando posicionamentos contrários à ideologia da legenda, ao mesmo tempo em que penaliza o empresariado.
"O PSB muda ao sabor do vento, chegou a defender a independência do Banco Central e a retirada do socialismo do seu estatuto. Eu tenho minha ideologia e posicionamentos bastante definidos. Não tenho problema em envolver o privado e OS, mas não podemos penalizar a população", garantiu.
Sobre o tratamento dado aos empreendedores, ela emenda: "Pernambuco virou cobrador de imposto, tratando o empresário como fosse bandido. Precisamos melhorar a sistematização e cobrar agilidade e celeridade. Então, precisamos da revisão da carga tributária. O empresário vai pagar imposto, mas precisamos deixá-lo a vontade ao pagar uma carga factível".
"Nas fake news, diziam que eu iria instituir a linguagem neutro e a ideologia de gênero nas escolas... No nosso governo, vamos ter todo o respeito com a população LGBT, precisamos acolher os oprimidos, respeitar todos como irmãos. Mas sou contra a linguagem neutra, acho que ela invisibiliza as mulheres", comentou Marília Arraes.
Nesta semana, a equipe de Marília Arraes entrou na Justiça com uma representação contra um site de Olinda, que vem divulgando desinformação sobre a candidata. A publicação dava conta de um falso acordo entre a deputada e grupos da comunidade.