O procurador geral da República, Augusto Aras, ficou em uma situação embaraçosa. Segundo o site JOTA, nos celulares do grupo de empresários bolsonaristas (acusados de defender golpe no caso de vitória de Lula nas eleições), a Polícia Federal troca de mensagens com o procurador-geral da República.
Segundo o JOTA, a informação é confirmada por fontes da PF, do Ministério Público Federal (MPF) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O portal de notícias divulgou que, segundo fontes do MPF, PF e STF, nas mensagens haveria críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes e comentários sobre a candidatura de Jair Bolsonaro (PL). As mensagens são mantidas sob sigilo.
PGR diz que não foi avisada da operação a tempo contra empresários bolsonaristas
Segundo a PGR, o relator do processo no STF, o ministro Alexandre de Moraes, autorizou as buscas e só comunicou a PGR depois de iniciada a operação da PF na manhã desta terça-feira. Fontes ligadas a Moraes defendem que a PGR foi informada da operação na segunda-feira (22).
Um dos amigos de Aras é o empresário Meyer Nigri, da construtora Tecnisa, que foi citado nominalmente pelo procurador no discurso de posse de Aras como PGR. “Não posso deixar de cumprimentar um amigo de todas as horas neste momento em que vivenciamos. E faço uma homenagem especial ao amigo Meyer Nigri, em nome de quem cumprimento toda a comunidade judaica, que comemorou 5.780 anos nos últimos dias”, disse Aras na ocasião.
Assessores de Aras explicaram ao JOTA que o procurador-geral da República tem vários conhecidos e amigos no mundo empresarial, isso explicaria as conversas entre eles. E afirmam que as mensagens enviadas por Aras a um dos empresários, alvo da investigação, são comentários apenas “superficiais”.