Simone Tebet

No Jornal Nacional, Simone Tebet diz que MDB é 'maior que seis caciques' e cita 'puxada de tapete'

Simone Tebet entrou na corrida presidencial como a candidata da chamada terceira via, após desistências de nomes como o do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e do ex-governador João Doria (PSDB)

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Amanda Azevedo

Publicado em 26/08/2022 às 23:13 | Atualizado em 26/08/2022 às 23:35
PROPOSTA Simone defendeu o fortalecimento de mecanismos de transparência e fiscalização - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Por Rayanderson Guerra e Levy Teles, da Estadão Conteúdo 

A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, admitiu nesta sexta-feira (26), em sabatina no Jornal Nacional, que seu partido fez parte de escândalos de corrupção como o petrolão, durante o governo do PT, e disse que precisou vencer uma "maratona" para se manter com um dos nomes da chamada terceira via na disputa ao Palácio do Planalto.

Na entrevista, Tebet afirmou uma ala da sigla tentou "puxar o seu tapete" na disputa ao Planalto, mas ressaltou que o MDB é "maior do que seis caciques". "Tentaram levar o partido para (ex-presidente) Lula, judicializaram minha candidatura e foi rejeitada ação", afirmou. "O MDB é um partido ético. Essa meia dúzia que esteve envolvida no petrolão do PT não está conosco".

Simone Tebet entrou na corrida presidencial como a candidata da chamada terceira via, após desistências de nomes como o do ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e do ex-governador João Doria (PSDB).

Além disso, a senadora enfrentou resistência de seu próprio partido - uma ala do MDB defendia apoio a Lula já no primeiro turno das eleições. Ela afirmou que a "polarização" entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro "cooptou" alguns companheiros do partido.

A emedebista reservou a maior parte dos primeiro minutos da entrevista para fazer críticas às gestões de Lula e de Bolsonaro "Eu sou a candidata de muitas pessoas que não querem voltar ao passado e não querem permanecer no presente", disse. "Estamos diante de uma polarização política e ideológica que está levando o Brasil ao abismo."

Tebet defendeu ainda o fortalecimento de mecanismos de transparência e fiscalização para o combate à corrupção.

"Vamos estar investindo na independência no Ministério Público. No meu governo, vai haver transparência absoluta. Temos que deixar de lado esse presidencialismo de coalizão, que é de cooptação, que aconteceu no mensalão", disse. Ela defendeu um "presidencialismo de conciliação", trazendo para perto quem pensa como sua gestão

Durante a sabatina, Tebet prometeu, se eleita, indicar o mesmo número de homens e mulheres em seu ministério. Ela foi questionada sobre como pretende cumprir a medida, uma vez que o próprio partido, o MDB, indicou 66% das candidaturas de homens para a disputa deste ano.

"Não é só do meu partido. São de todos os partidos. Eles só cumprem a cota", disse Tebet.

Orçamento secreto

A senadora afirmou que pretende combater a prática do orçamento secreto "abrindo as contas dos ministérios". "Não é com diálogo apenas. Uma portaria para que todos os ministros abram as contas dos seus ministérios. A partir do momento que a gente abre essas contas, a gente coloca os órgãos de fiscalização e controle e o orçamento secreto acaba rapidinho", disse.

A senadora foi a última convidada da série de entrevistas do JN, que recebeu os principais presidenciáveis ao longo da semana, marcada pelo início da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Foram sabatinados Bolsonaro, Lula e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

De acordo com o Agregador de Pesquisas Eleitorais do Estadão, a candidata do MDB tem média de 2% das intenções de voto.

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