Da AFP
Drones, milhares de policiais e acessos restritos: as festividades do Bicentenário da Independência contarão na quarta-feira (7) com um dispositivo de segurança excepcional, a menos de um mês do primeiro turno das eleições, nas quais o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentará um segundo mandato.
As medidas foram tomadas principalmente em Brasília e no Rio de Janeiro, onde haverá paradas militares e atos em apoio a Bolsonaro.
Na capital federal, a Esplanada dos Ministérios, onde o Exército vai desfilar, foi fechada um dia antes do previsto, desde a tarde de segunda-feira, para impedir o acesso a caminhões de bolsonaristas que pretendiam estacionar perto das sedes dos poderes.
No ano passado, apoiadores do presidente, especialmente caminhoneiros, burlaram um cordão de isolamento na véspera do Dia da Independência e ameaçaram invadir do Supremo Tribunal Federal (STF).
Este ano, em plena campanha eleitoral, o 7 de setembro se anuncia igualmente tenso.
Vigilância com drones, polícia montada, cães farejadores: um forte dispositivo será mobilizado na imensa Esplanada, onde dezenas de milhares de pessoas são aguardadas na manhã de quarta-feira.
Assistirão ao desfile, junto de Bolsonaro, os chefes de Estado de Cabo Verde, Guiné-Bissau e Portugal.
As autoridades locais da capital federal informaram à AFP que o número de agentes mobilizados não seria divulgado por razões estratégicas.
O ministério da Justiça autorizou a mobilização da Força Nacional, integrada por policiais convocados como reforço em situações excepcionais.
Quem for assistir à parada militar será rigorosamente revistado antes de ter acesso à Esplanada. Garrafas de vidro, fogos de artifício e qualquer tipo de armamento, real ou falso, serão proibidos.
No Rio de Janeiro, aonde Bolsonaro deve chegar à tarde, 1.855 policiais militares serão mobilizados, segundo as autoridades locais.
A maioria deles serão destacados ao longo da praia de Copacabana, onde estão previstos exercícios da Marinha e da Aeronáutica, assim como uma manifestação em apoio ao presidente.
Na segunda, o ministro Edson Fachin, do STF, suspendeu temporariamente vários decretos presidencial que facilitavam a compra de armas, devido ao "risco de violência política" durante a campanha eleitoral.
Por sua vez, a fabricante de armas brasileira Taurus anunciou em sua conta no Instagram ter lançado uma coleção especial de pistolas comemorativas do bicentenário da Independência.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), um defensor das armas, convidou no Twitter os brasileiros que compraram arma legalmente a se inscreverem como voluntários na campanha de seu pai.