Da Estadão Conteúdo
O candidato a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse ter sido ameaçado por um apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) armado durante um ato de campanha em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, na tarde de sexta-feira.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e candidato a deputado federal estava distribuindo panfletos junto com a candidata a deputada estadual Ediane Maria (PSOL-SP) e um grupo de cerca de 30 pessoas.
Enquanto passavam pela Rua Marechal Deodoro, no centro da cidade, um homem teria gritado "Aqui é Bolsonaro", ao recusar um panfleto oferecido pelo grupo.
O caso foi revelado em entrevista à colunista Mônica Bergamo e relatado por Boulos em suas redes sociais. Boulos disse que tentou dialogar com o homem que, então, afirmou estar armado, levantou a camisa e colocou a mão no cabo da arma.
O grupo, então, saiu do local. Em publicação no Twitter, Boulos afirmou que vai entrar com uma representação no Ministério Público Eleitoral para investigar o caso. "As ameaças bolsonaristas não vão nos intimidar", escreveu. A candidata Ediane Maria acrescentou, em suas redes, que "passar por isso é lamentável, eles trabalham na base do medo".
O senador Randolfe Rodrigues (REDE) também se manifestou, em apoio ao líder do MTST. "Essa política suja, do ódio, da morte, tem que ter fim URGENTE", postou em seu Twitter.
Na quarta-feira, 7, um eleitor do presidente Jair Bolsonaro foi preso após matar um apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a facadas depois de uma discussão sobre política na cidade de Confresa (MT). Já em 10 de julho, um guarda municipal de Foz do Iguaçu foi assassinado por um apoiador de Bolsonaro que interrompeu sua festa de aniversário, cuja decoração era inspirada em Lula e no PT.
Bolsonaro tem reiterado em seus discursos que a eleição é uma luta é a do "bem contra o mal" e defendeu "extirpar a esquerda". Já o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, comparou esta semana os apoiadores de Bolsonaro ao grupo supremacista Ku Klux Klan. Como mostrou o Estadão, a eleição vive uma escalada de violência real e simbólica. A Human Rights Watch se pronunciou sobre o assassinato em MT convocando todos os candidatos a condenar a agressividade.