Lado a lado em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira, 14 de outubro, no Recife, Lula (PT) e Marília Arraes (SD) agradeceram o gesto feito pelo PSB. No estado, o partido de João Campos declarou apoio à ex-filiada na disputa pelo Governo de Pernambuco, a despeito do histórico de rivalidade e desentendimentos.
Ainda na abertura da coletiva, Marília Arraes agradeceu ao senador Humberto Costa, seu antigo rival interno no PT; João Campos (PSB), seu primo e rival político, com quem disputou uma dura eleição pela Prefeitura do Recife em 2020; além da vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), que estava na chapa de Danilo Cabral (PSB).
A candidata ao Governo de Pernambuco seus aliados, como Paulinho da Força, presidente do Solidariedade; Carlos Veras, deputado federal reeleito pelo PT; Sebastião Oliveira (Avante), seu vice; o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP); e Silvio Costa (Republicanos), suplente da senadora eleita Teresa Leitão (PT).
"É a oportunidade de unir as forças democráticas, de quem representa projetos progressistas, passando por cima de divergências, colocando como foco maior reconstruir o Brasil e retomar o crescimento de Pernambuco. Por isso, neste primeiro ato, disputamos contra o fascismo, ódio, intolerância, para isolar o fascismo e colocá-lo no lixo da história do Brasil", disse Marília Arraes.
A candidata ainda fez um agradecimento público a João Campos, seu primo e adversário desde os tempos em que era filiada ao PSB. Arraes afirma que, apesar de "ser jovem", o prefeito do Recife teve discernimento a favor da democracia e de um governo progressista em Pernambuco. Ela também agradeceu a Humberto Costa e citou que as divergências com o senador são menores diante do cenário político do Brasil.
Lula também direcionou agradecimentos a João Campos pelo apoio a Marília no segundo turno da eleição para o Governo de Pernambuco. "O PSB tinha candidato, não foi para o segundo turno, mas agora a gente faz aliança política. (...) Aliança não é feita entre iguais, mas entre diferentes", disse o petista, citando ainda sua aliança com Geraldo Alckmin (PSB).
Marília afirma que seu projeto em Pernambuco caminha junto com o de Lula para combater a fome, erradicar a miséria e distribuir levar água. "Estamos juntos não porque somos aliados, mas porque Lula representa um projeto de país mais justo, de redução das desigualdades entre pessoas e regiões. Pernambuco não é uma ilha, está sofrendo, mas isso tem data pra acabar", disse.
Esse trecho foi interpretado como uma crítica a Raquel Lyra (PSDB), adversária de Marília Arraes. A tucana é alvo de ataques por não se posicionar sobre a disputa pela Presidência da República, posicionamento apontado como "omissão" por adversários. Mais cedo, Lula não chegou a atacar a ex-prefeita de Caruaru, mas apontou que bolsonaristas estão em torno do seu palanque.
Apesar de apoiar Marília a pedido de Lula, o partido já liberou seus prefeitos para declarar apoio a Raquel. Além disso, o governador Paulo Câmara e o candidato derrotado da legenda, Danilo Cabral, não foram vistos na coletiva de imprensa.
Após a coletiva, Marília, Lula e os demais aliados saíram em caminhada pelo Centro do Recife.