MARKETING POLÍTICO

"A ideia é que os políticos já comecem a fazer diferente nas campanhas de 2024", diz Rosário Pompeia uma das idealizadoras do Manifesto Marketing do Futuro da Política

O manifesto foi lançado nesta sexta-feira(20) no REC’n’Play 2023

Cadastrado por

Tainá Alves

Publicado em 21/10/2023 às 18:03 | Atualizado em 23/10/2023 às 15:21
Rosário Pompéia e Silvio Meira idealizadores do Manifesto do Marketing do Futuro da Política - Arquivo Pessoal

Na tarde desta sexta-feira (20), foi lançado o Marketing do Futuro da Política, no auditório do Cais do Sertão, no REC’n’Play 2023, no bairro do Recife. O movimento foi criado pelo cientista- chefe da TDS Company e um dos fundadores do Porto Digital, Sílvio Meira e a sócia fundadora LeFil, Rosário Pompéia, com o objetivo de redesenhar o cenário do marketing político no país. 

O projeto sugere uma nova forma de fazer campanhas políticas, já pensando no pleito de 2024. Os criadores afirmam que um ciclo se repete eleições após eleições e esse manifesto viria como potencializador das mudanças. Visto que, com a popularização da Inteligência Artificial (IA) a visibilidade das plataformas digitais sejam ainda maior, pensando no aplicativo Instagram como uma das principais plataformas para o campo político da IA. 

Outro ponto abordado por eles é o atual desinteresse da população pela política e a falta de informações na hora de escolher o candidato. Durante o evento que contou com a participação do diretor da Bites Consultoria, Manoel Fernandes que mediou o encontro, e do comunicador e educador conhecido nacionalmente, Marcelo Tas, o grupo apresentou dados dos estudos realizados a partir das campanhas políticas no Brasil. Concluindo que é necessário aumentar a confiança da população nos políticos e partidos, fazendo que os cidadãos participem com eficiência das decisões políticas. 

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Em março deste ano, Rosário e Sílvio, haviam lançado o Manifesto do Marketing do Futuro, que sugeriu novas formas para operar o marketing e nesta sexta-feira (20), lançaram o Manifesto do Marketing do Futuro da Política,  baseado em 32 teses, buscando encontrar novas formas de pensar e fazer o marketing político.  

Para os pesquisadores os é necessário que o político deixe de ser um produto que busca converter votos e se transforme em um agente que busque e traga soluções para os problemas da população. 

Quatro eixos ponto abordados no manifesto foram a promoção da Cidadania Tecnopolítica, a construção de uma Política Conectada onde busque o engajamento da população em pautas coletivas; os programas de governos precisam se tornar um Estado em Plataformas e a necessidade de uma mobilização para Regulação Algorítmica. 

A estreia do manifesto fez parte de  uma série de nove palestras da Trilha do Marketing do Futuro, com a organização de Rosário Pompéia e Silvio Meira. 

Entrevista com Rosário Pompeia 

Mestre em comunicação e consultora em marketing, Rosário Pompeia é uma das fundadoras do "Manifesto Marketing do Futuro" e do "Manifesto Marketing do Futuro da Política". Com mais de 15 anos de experiência em marketing digital com foco em estratégias digitais, marketing de conteúdo, consumer insights, performance de mídia e Inbound Marketing

A especialista é formada em jornalismo, com Mestrado em Comunicação Social (UFPE) e especialização em Ciência Política. Ela também é sócia e diretora de operação na Le Fil, empresa de marketing centrada no cliente (customer centric). 

PINGPONG

Quanto tempo a equipe passou analisando o atual marketing político brasileiro?

"A gente passou, em média, estudando sobre marketing, especificamente, cinco anos".

O que entende-se sobre marketing político atualmente pode se tornar um retrocesso nos próximos anos?

"Na verdade não pode se tornar um retrocesso, o que se entende é que ele precisa ser reestruturado numa nova sociedade que hoje vive em plataforma, ele precisa avançar, naquilo é um retrocesso". 

Com os avanços tecnológicos e as facilidades de acessos aos meios digitais, na sua opinião, porque a maioria dos representantes políticos locais não fazem uso desses recursos?

"A questão dos avanços tecnológicos não é uma questão de não fazer. A gente estava apontando que os recursos vão ter que ser modificados. A gente vai precisar ter mais recursos, tanto de investimentos para marketing, quanto de melhor qualidade de equipe. As equipes vão precisar aprofundar em relação a isso".

Com o lançamento do Marketing do Futuro da Política vocês pretendem oferecer formações para os profissionais da comunicação e políticos?

"A gente ainda não pensou em nenhuma formação, nenhum curso, nada disso, a gente só quis na verdade fazer uma provocação para se fazer um novo marketing, um marketing que de fato saia focado nos políticos e enaltecer os políticos, mas um marketing que venha contribuir com o debate de políticas públicas no Brasil, que qualifique mais esse debate público. Então, esse é o nosso foco".

As inovações do manifesto lançado hoje pretendem dar voz aos pequenos grupos e indivíduos, quando isso é proposto, faz referência às associações de moradores e lideranças de comunidades?

"A ideia é que os políticos já comecem a fazer diferente nas campanhas de 2024, por isso lançamos agora. Então, a grande questão do marketing, se você for olhar, a gente está propondo quatro grandes princípios para que eles estejam preocupados com a questão de uma cidadania, promover uma cidadania mais ativa a partir das plataformas. Como é que eu escuto mais a população? Como é que eu escuto e transformo isso em política? Como é que eu dialogo mais com ela? É disso que a gente está falando. É de um processo mais de relação com a comunidade, de criar uma relação com a comunidade, do que necessariamente criar mais estratégias só em busca do voto".

A reinvenção que manifesto propõe apresenta um caminho em meio a inteligência artificial?

"A inteligência artificial vai aumentar, potencializar tudo que a gente está vendo agora, tanto dos riscos para o bom e para o mal. Então como é que a gente vai lidar com algo que vai ser tão mais potencializado? A gente vai aumentar a personificação, a gente vai aumentar a audiência, de chegar cada vez nas pessoas de forma personalizada. Como é que a gente faz isso? Com que cuidado a gente vai ter isso? Que processo educativo a gente vai ter para que as pessoas tenham uma análise crítica em relação a isso? É esse o nosso ponto de atenção". 

 

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